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Interior

Após 6 cirurgias e desabafo no Facebook, o alívio de ir para casa com o filho

Mariana Lopes | 17/08/2012 17:27
A família no dia do batizado de Kaic Ruan (Foto: Arquivo pessoal)
A família no dia do batizado de Kaic Ruan (Foto: Arquivo pessoal)

No limite do desespero e exausto de ver o filho de seis meses no “vai-e-vem” de hospitais, Klayton Santos Lima, 23 anos, fez um desabafo nas redes sociais e viu o drama pelo qual passava ser propagado na internet. A história do pequeno Kaic Ruan ficou conhecida após ele publicá-la no Facebook e o post ter gerado 28.864 compartilhamentos.

Kaic nasceu com a Síndrome de Arnold Chiari tipo 2, que acarreta a hidrocefalia e a mielomeningocele, que é um problema na coluna. Para sobreviver, o pequeno precisava implantar uma válvula na cabeça, e foi ai que a saga da família começou.

Desde que o filho nasceu, no dia 23 de janeiro de 2012, no Hospital Universitário de Dourados, Klayton e a esposa passaram apenas 49 dias em casa com o bebê, o resto foi internado no hospital, revezando entre Centro Cirúrgico, UTI e apartamento. O pequeno guerreiro passou por seis cirurgias, uma na coluna e as outras na cabeça, para colocar e retirar as válvulas.

Na primeira válvula colocada, Kaic pegou uma infecção chamada ventriculite, que foi o motivo de precisar fazer a troca. Voltaram para o hospital e daí foram 32 dias na UTI e mais 28 de internação para tentar combater a infecção.

Klayton conta que as três primeiras válvulas foram conseguidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e a quarta foi através do plano de saúde. E aí começou outra batalha da família, a de conseguir que o plano cobrisse as despesas do tratamento. “Da outra vez tivemos que brigar também para conseguir, fomos atrás da administração do hospital, até que o convênio liberou”, lembra.

A família mais uma vez retornou para casa, em Amambaí, onde passaram somente seis dias. A infecção de Kaic voltou e ele teria que passar por outra cirurgia. E lá foram os pais correr atrás da válvula. “De novo o convênio negou bancar a cirurgia, alegava que o plano não cobria doenças congênitas, ou seja, de má formação”, explica Klayton.

Na última terça-feira (14), enfim veio a notícia que a família tanto esperava. A cirurgia já estava marcada para a manhã do dia seguinte. E na quarta-feira, os pais de Kaic comemoraram não apenas o sucesso da cirurgia, mas também a novidade de que o convênio iria pagar todas as despesas do tratamento do filho deles.

O pequeno teve alta hospitalar hoje e a família retorna para a casa pela quinta vez em quase sete meses, mas desta vez com a esperança de não ter que retornar ao hospital tão cedo e com a notícia de que a infecção está eliminada.

“Os médicos falaram que ele vai ter uma vida normal, só precisa de estímulos, com hidroterapia, fisioterapia... Mas agora, o que meu filho precisa mesmo é de leite e carinho”, diz Klayton.

Repercussão-Sobre o fato de a história de Kaic ter repercutido nas redes sociais e também na imprensa, Klayton diz que o que ele mais queria era sensibilizar os convênios de saúde. “A maioria que precisa dessa vávula é criança, que não merece passar por esses transtornos, já estão em uma situação delicada e ainda não recebem a atenção digna. Eles têm que pensar melhor no que negam”, pontua.

Klayton ainda faz um alerta aos pais que passam por problemas semelhantes. “Pagamos pelo plano e muitas vezes não temos o que é nosso por direito por falta de informação, daí acabamos pagando a mais ou recorrendo ao SUS”.

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