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Interior

Confirmados dois casos de malformação congênita causada pelo zika vírus

HU da UFGD informou que primeiro caso é de Dourados, detectado em gestação de 21 semanas, e o segundo é de Caarapó, confirmado após o nascimento da criança

Helio de Freitas, de Dourados | 23/09/2016 16:14

Foram confirmados pelo Ambulatório de Ide Zika Vírus do HU (Hospital Universitário) da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) dois primeiros casos de microcefalia em decorrência do zika vírus.

De acordo com a assessoria do HU, o primeiro caso foi confirmado ainda durante a gravidez, através de ultrassom, numa moradora de Dourados.

O segundo caso é de uma paciente de Caarapó e as alterações só foram constatadas após o nascimento do bebê. Ambos os casos continuam em acompanhamento pelo ambulatório.

Conforme o HU, a paciente de Dourados tem 25 anos de idade e procurou atendimento em maio, com sete semanas de gestação. Ela apresentava sintomas sugestivos de zika: vermelhidão na pele, febre e coceira pelo corpo. A presença do vírus foi confirmada no exame de sangue.

Já em setembro, com 21 semanas de gestação, um exame de ultrassom mostrou que o feto tem diversas alterações compatíveis com a infecção pelo zika vírus.

“O exame de imagem mostrou que o bebê apresenta microcefalia, hidrocefalia, mãos e pés tortos congênitos, que estão, de fato, associados à infecção pelo vírus”, informou o infectologista Júlio Croda, coordenador do Ambulatório de Zika do HU.

De Caarapó – Segundo o Hospital Universitário, a paciente de Caarapó tem histórico semelhante. Foi atendida no ambulatório em fevereiro, na oitava semana de gestação, com sintomas de zika. O exame de sangue confirmou a infecção.

O ultrassom feito no decorrer da gravidez não mostrou alterações no bebê. “A criança nasceu dia 12 de agosto e então foi constatada a microcefalia, além de outras alterações, como aumento do tamanho do rim esquerdo e má-formação no pé direito”, informou a assessoria do HU.

Acompanhamento – Bebês nascidos com microcefalia e outras alteração decorrentes da infecção pelo zika vírus estão sendo atendidos através de um acordo feito pelo ambulatório do HU com a clínica de fisioterapia da Unigran.

“Tanto o bebê de Caarapó, nascido em agosto, quanto o que ainda vai nascer em Dourados já estão sendo encaminhados para os atendimentos, que incluem hidroterapia e equoterapia, além de todo o protocolo estipulado pelas diretrizes de estimulação precoce para bebês com microcefalia, lançadas em janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde”, informou o hospital.

Médico faz alerta – Júlio Croda disse que é importante não descuidar da prevenção: “É preciso estar atento, porque daqui a pouco já será verão novamente e tanto o mosquito quanto o vírus estão presentes na nossa região".

Segundo ele, para as gestantes as principais orientações são não usar medicamentos sem prescrição de profissionais de saúde, fazer o pré-natal e todos os exames previstos nessa fase e relatar aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação.

Ele alerta também para a importância de prevenir mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho.

Casos – Funcionando desde março deste ano, o Ambulatório de Investigação de Zika Vírus do HU é inédito na rede pública de Mato Grosso do Sul e atualmente acompanha 70 gestantes de vários municípios da região. Dez casos de zika já foram confirmados pelo ambulatório, sendo oito gestantes de Dourados e duas de Caarapó.

Conforme o HU, duas dessas gestantes chegaram ao serviço por conta do diagnóstico de malformação fetal, mas não era microcefalia. Ambas tiveram sintomas de zika, porém não colheram material para exame na época adequada.

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