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Interior

Delegado destaca frieza e envolvimento de terceiro individuo na morte de taxista

Durante reconstituição que durou mais de três horas, acusado demonstrou arrependimento e mulher frieza

Mariana Rodrigues | 23/03/2016 13:32
Edgar Souza de Arruda e Ingrid da Silva Soares durante reconstituição. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Edgar Souza de Arruda e Ingrid da Silva Soares durante reconstituição. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Após reconstituição do crime que vitimou o taxista Claudinei Guerreiro, 64 anos, no dia 9 de março, o delegado regional da Polícia Civil, Gustavo de Oliveira Bueno Vieira, em Corumbá - a 419 quilômetros de Campo Grande destacou a frieza de Ingrid da Silva Soares, 23 anos, que foi a responsável por arquitetar todo o crime, a pedido de um primo, e da forma como a vítima lutou para conseguir sobreviver.

Segundo informações do Diário Corumbaense, a reconstituição dos fatos ocorreu nesta quarta-feira (23) e contou com a presença dos dois envolvidos, Edgar Souza de Arruda, 26 anos, e Ingrid, que está grávida de seis meses. Eles detalharam aos policiais a ação montada para o roubo do carro, a forma como mataram o taxista e como se livraram dos pertences pessoais de Guerreiro.

De acordo com o delegado, o casal confessou o crime à polícia. O inquérito, que será encaminhado à Justiça, está em fase final de conclusão e reúne provas concretas que Ingrid e Edgar são os autores do latrocínio do taxista Claudinei Guerreiro. “Confessaram. Ele, principalmente, demonstrando muito arrependimento. Ela com bastante frieza”, disse.

Ainda segundo o responsável pelas investigações, Claudinei Guerreiro lutou pela vida e, bastante ferido, tentou impedir a fuga da dupla se jogando sobre o capô do carro. “Conseguimos, hoje, estabelecer a dinâmica do crime, os requintes de crueldade com os quais foi praticado. Uma coisa que chamou atenção e nos causou certa comoção, entre todos os envolvidos na operação, detalhes que não sabíamos, da luta da vítima pela sobrevivência.

Reconstituição do crime durou mais de três horas. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Reconstituição do crime durou mais de três horas. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Reconstituição - Demorou mais de três horas e foi dividida em etapas. O crime foi premeditado no dia anterior, de acordo com informações do delegado. "Essa premeditação consta do momento em que o Edgar avistou o veículo da vítima no dia anterior [08 de março], parou no ponto de táxi da vítima, pegou um cartão com o taxista, perguntou se fazia corridas normalmente, e foi embora para casa".

Na casa de Ingrid, por volta das 19h, Edgar ligou para a vítima perguntando se teria condições de fazer uma corrida pela manhã, para levar a mulher que está grávida, à Saúde da Mulher. Ele concordou em fazer a corrida, quando foi entre 5h20 do dia do crime, Edgar ligou novamente já do local marcado, no Anel Viário da BR-262. Assim que chegou, o taxista foi rendido com um golpe fatal na carótida (vaso sanguíneo situado no pescoço e que leva sangue ao cérebro) da vítima e outros quatro golpes de faca ao longo do corpo.

"A vítima levanta, é empurrada pelos dois para fora do veículo e cai em meio à BR. Se levanta sangrando, se joga em cima do capô do veículo para impedir que eles prossigam. Ainda conseguiu dominar a faca do autor e cortou a Ingrid, ela está com um corte no braço. Isso representa a luta dele pela vida. Na continuidade [da reconstituição], delimitamos a chegada da vítima até o local onde foi encontrado, ele foi cambaleando e caiu nas proximidades da BR”.

Ainda segundo o responsável pelas investigações, Claudinei, bastante ferido, tentou impedir a fuga da dupla se jogando sobre o capô do carro. “Conseguimos, hoje, estabelecer a dinâmica do crime, os requintes de crueldade com os quais foi praticado. Uma coisa que chamou atenção e nos causou certa comoção, entre todos os envolvidos na operação, detalhes que não sabíamos, da luta da vítima pela sobrevivência foi nítida para nós, inclusive, num momento que até nos chamou muita atenção, em que ele se joga, já esfaqueado, sobre o capô do veículo para impedir a fuga dos criminosos”, diz o delegado.

Durante a reconstituição, momento em que taxista se joga no capô do carro para evitar fuga dos autores. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Durante a reconstituição, momento em que taxista se joga no capô do carro para evitar fuga dos autores. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Terceiro envolvido - As investigações e a reconstituição, trouxeram à tona o envolvimento de uma terceira pessoa no crime. Um boliviano, primo de Ingrid. Ele encomendou o carro ao casal. "Nós vamos representar pela prisão preventiva dele. Ele não é receptador, é partícipe do crime de latrocínio, porque instigou a prática desse roubo seguido de morte. Ele não estava no local, mas não precisa estar no local para responder pelo crime", afirma.

Ingrid, teria arquitetado toda a ação juntamente com o primo boliviano, através de um aplicativo de mensagens instantâneas pelo celular. “Os dois foram participantes. Ela, segurando o braço do taxista e jogando o taxista para fora do veículo. A premeditação parte dela, porque ela foi responsável por estabelecer os contatos via Whatsapp com o primo. Ela foi a responsável por toda a arquitetação junto com ele [o primo]. O Edgar deu os golpes de faca, uso da força física”, observou o titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Corumbá.

O inquérito, que será encaminhado à Justiça, está em fase final de conclusão e reúne provas concretas que Ingrid e Edgar são os autores do latrocínio do taxista Claudinei Guerreiro. "O trabalho da Polícia Civil foi realizado. Agora é só a conclusão, estamos com 80% do trabalho pronto. Vamos para a individualização desse terceiro indivíduo que é o primo da Ingrid, que será responsabilizado também”, informou. Edgar Souza de Arruda e Ingrid da Silva Soares permanecem preso nas celas do 1º Distrito Policial. Eles devem ser transferidos para os presídios masculino e feminino de Corumbá.

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