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Lado B

Fotógrafo encerra Projeto Gênesis no Pantanal com apoio do Instituto Homem Pantaneiro

Edmir Conceição (*) | 28/09/2011 17:13
Sebastião Salgado observa crianças do projeto Moinho Cultural. (Foto: Silvio Andrade)
Sebastião Salgado observa crianças do projeto Moinho Cultural. (Foto: Silvio Andrade)

O fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, 69 anos, um dos profissionais contemporâneos mais respeitados no mundo, iniciou uma expedição pelo Pantanal de Corumbá e Miranda para concluir o ousado Projeto Gênesis, que consiste em registrar as partes da Terra intocadas pela civilização - uma volta às origens do planeta focada no meio ambiente.

Salgado percorrerá as subregiões da planície do Paiaguás e Nhecolândia, em Corumbá, e Miranda durante um mês. Sua expedição conta com o apoio do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), organização não-governamental que atua em Corumbá nas áreas sócio-cultural-ambiental, sendo gestora da RPPN Eliezer Batista, e do Moinho Cultural Sul-Americano.

A expedição dura oito anos e já passou que passou por várias regiões do mundo, como Sibéria, Patagônia, Alto Xingu, Guiana Holandesa, Amazônia venezuelana e África. "Genesis" ficará pronto em 2012, mas será apresentado somente a partir de 2013 com a abertura de uma exposição no Museu Natural de Londres. No Brasil, acontecerá no Jardim Botânico (Rio) e no Sesc de São Paulo.

Após uma visita ao Moinho Cultural, onde vivenciou por algumas horas as atividades da escola de artes, Salgado e sua equipe seguiram para a região da Serra do Amolar. Técnicos ambientais do IHP acompanham a expedição, repassando os conhecimentos que tem do bioma pantaneiro, em especialmente na identificação das espécies da fauna e flora.

(*) Com informações de Sebastião Salgado

"Nós ainda estamos vivendo com o Gênese. Ainda existe uma boa parte do planeta que temos que preservar. Estamos vivendo com o Apocalipse, mas também o Gênese. O Apocalipse não pode se sobrepor ao Gênese, este nós temos que preservar!", afirmou o fotógrafo. Seu projeto foi tema da 2ª Conferência do Futuro, realizada pela Unesco em paris, em 2009.

No Moinho Sebastião Salgado ficou impressionado com as ações desenvolvidas pelo IHP, fundado por Ângelo Rabelo e Márcia Rondon, ela presidente da organização e atualmente integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. "O Moinho é um programa cultural e social fabuloso. É um prazer estar aqui", comentou o fotógrafo, durante bate-papo com os alunos da escola.

Os jovens do Moinho Cultural se encantaram com as histórias contadas por Sebastião sobre suas viagens ao redor do mundo e sobre o estilo de suas fotografias, se especializando em documentar o ser humano em diferentes situações sociais – os chamados deserdados do mundo – que lhe valeram os maiores prêmios já concedidos sobre o tema.

Formando em economia, Sebastião Salgado notabilizou-se também por dedicar-se a fotografia em preto e branco. Indagado sobre essa preferência, ele respondeu: "O preto e branco é uma abstração, pois o cinza diz a expressão, mostra a dignidade da pessoa que esta sendo fotografada. Quem vê a foto, coloca a sua cor no cinza, então, a foto passa a ficar impregnada pela pessoa que a enxerga".

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