Indígenas apedrejam veículo de sitiantes vizinhos a Aldeia Bororó
Caso aconteceu nesta segunda (13), data marcada pela reunião que discute conflitos indígenas
Moradores e trabalhadores de sítios vizinhos a Aldeia Bororó, situada no interior de Dourados, a 251 quilômetros da Capital, voltaram a ter veículos apedrejados nesta quarta-feira (13). Conforme apurado pela reportagem, a situação se tornou recorrente.
Nas imagens, encaminhadas ao Campo Grande News pelo canal Direito das Ruas, é possível observar os estilhaços deixados em um para-brisa de uma caminhonete. "Olha o que aconteceu... Eles estão escondidos na mata. Olha o vidro aqui. A pedra é do tamanho do meu pé. Eles não estão de brincadeira, vão acabar machucando um de nós", diz o motorista.
Vale ressaltar que os ataques aconteceram no dia da reunião entre a frente parlamentar sobre conflitos envolvendo indígenas e sitiantes, sediada na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Dourados). Em um dos encaminhamentos propostos está a criação de uma comissão para buscar indenizações aos prejudicados pelos conflitos.
Formada pelos vereadores Rogério Yuri (PSDB) como presidente, Fabio Luis (Republicanos), Elias Ishy (PT), Marcelo Mourão (Podemos) e Márcio Pudim (PSDB), o encontro contou com a presença dos indígenas, produtores rurais e de diversas forças de segurança, incluindo o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira.
Para Yuri, a principal preocupação é a segurança de ambas as partes. "Dentro dos debates tiramos alguns encaminhamos, onde de imediato vamos encaminhar um requerimento ao Ministério da Justiça, pedindo que aldeias indígenas, especificamente a do distrito sede, recebam parque da equipe da Força Nacional que atua no Estado e, neste momento, se concentra em Amambai", ressaltou.
A coordenadora da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em Dourados, Teodora de Souza Guarani, também esteve presente na reunião, e disse que a sociedade e as autoridades não podem fechar os olhos para o que está acontecendo. “É preciso discutir essa situação territorial e cultural. É preciso buscar uma solução”, afirmou.
Já Videira reforçou que a necessidade de encontrar uma saída. “Temos que estar atentos não só à disputa pela terra, mas à vulnerabilidade dessas populações. Quando temos uma discussão na OAB, envolvendo vereadores, Ministério Público Federal, Polícia Federal, produtores, indígenas e Funai, todos atuando no mesmo palco, temos uma grande chance de resolver os problemas sem conflito, que é o que queremos", concluiu.
(*) Com informações de Dourados News.
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