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Interior

Indígenas denunciam estar sofrendo ataques violentos de pistoleiros

Priscilla Peres | 13/10/2014 18:14

Um grupo de 250 indígenas da etnia Kaiowá afirmam estar sofrendo ataques violentos de proprietário rurais em Coronel Sapucaia - distante 400 km de Campo Grande. O primeiro foi no dia 3 de outubro quando homens armados tentaram destruir o acampamento e ameaçaram os índios. O segundo ataque ocorreu ontem, conforme informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

O "pistoleiros" teriam ateado fogo em um gramado e três barracos de indígenas ficaram destruídos, também de acordo com o Cimi, foram dados tiros em direção a aldeia Kurusu Ambá. Os índios entraram na propriedade rural Barra Bonita no dia 23 de setembro e no dia 25 os proprietários entraram na Justiça Federal com um pedido de reintegração de posse.

Irmã Joana Aparecida Ortis, do Cimi, afirma que os índios dizem estar recebendo mensagens do Deus deles, por meio de rituais, que informam que "aquela terra é deles e eles precisam lutar por ela". "Eles estão fazendo rituais com bastante fé e energia e estão confirmando cada vez mais de que não podem deixar de cumprir o pedido dos céus", afirma Joana.

Duas audiências entre os proprietários rurais e o líder indígena Ismarth Martins já foram realizadas, porém sem que ambas as partes chegassem a um acordo. A Justiça deu prazo de 20 dias para para que os indígenas desocupem o galpão e a sede do imóvel, não sendo atendido, a polícia deve informar a Funai (Fundação Nacional do Índio) e o MP (Ministério Público) da data da reintegração de posse, com 10 dias de antecedência.

O Cimi afirma que os indígenas sabem do perigo de permanecer na propriedade rural, mas que vão continuar lá, pois acreditam que aquela terra os pertence. "Eles dizem que o Deus pede para que eles fiquem naquele lugar e lutem até o fim por que a terra é deles", diz a irmã Joana.

Os proprietários da fazenda Barra Bonita afirmam, em processo judicial, que os índios invadiram completamente a propriedade, ocupando a sede do imóvel, o galpão e demais locais habitualmente utilizados pelos autores, impedindo que eles adentrem no local e continuem com a produção de grãos que é cultivada nas terras.

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