Investigação sobre morte de menina aguarda exames na Capital
A família da menina Samilla Barbosa de Oliveira, 5 anos, que morreu no sábado (23) na Santa Casa de Cassilândia, a 418 quilômetros de Campo Grande, aguarda o resultado da perícia. Segundo a mãe da criança, a esteticista Alessandra Barbosa da Silva, 35 anos, um legista já colheu tecido do corpo da menina.
A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Alexandro Mendes de Araújo, que explicou que ainda não há data prevista para que o resultado da perícia seja divulgado. "Além de exames macrológicos, o caso exige que sejam feitos exames microscópicos. Esses exames são feitos em Campo Grande, o que demanda um tempo maior para que o laudo seja elaborado", conta.
Apoiada por diversos moradores da cidade, a família pede que alguém seja responsabilizado e punido pela morte da menina. “Quero justiça, porque foi erro médico e faltava profissional para reverter a situação, então eles erraram duas vezes”, reclamou. “Eles ligaram (o hospital) e chegou um médico de bermuda para atender ela, porque o médico pediatra que prescreveu a medicação não estava lá”, disse a mãe.
Segundo Alessandra, houve intenção de esconder informações do procedimento médico feito no atendimento de Samilla, pois o prontuário colhido pela polícia está rasurado.
Ainda de acordo com o delegado, alguns cuidados estão sendo tomados em relação à situação. "Investigações e levantamentos já estão sendo feitos, e já existem algumas hipóteses. No entanto, preferimos reservar as investigações para evitar um pré-julgamento indevido dos envolvidos, como o hospital e os profissionais que atenderam a criança, até porque ainda não se pode falar em falhas humanas", explica.
Revolta – Conforme Alessandra, toda população toda está revoltada com o caso. Ela afirma que essa não foi a primeira morte por falta de atendimento na Santa Casa. Uma moradora da cidade, que preferiu não ter o nome divulgado, conversou com a reportagem por telefone e confirmou a informação de que casos de negligência em atendimentos são comuns na Santa Casa da cidade, inclusive com pacientes em trabalho de parto.
“A questão e que já existe esse descaso por parte da administração da Santa Casa. Casos como o da Samilla veem acontecendo e ninguém faz nada. Eu presenciei isso, me falaram que o médico estava dormindo e não iria atender, já tem boletim de ocorrência por causa disso”, afirma.