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Jovem surda é impedida de participar de vestibular por falta de intérprete

Prova aconteceu no último sábado e não havia profissional para ajudar estudante a fazer o exame

Elci Holsback | 05/12/2016 15:46
Marcela espera conseguir emprego por meio do curso superior (Foto: Divulgação/Facebook)
Marcela espera conseguir emprego por meio do curso superior (Foto: Divulgação/Facebook)

Jovem de 19 anos, moradora de Água Clara - distante 198 Km de Campo Grande, foi impedida neste sábado (3) de participar do vestibular da AEMS (Faculdades Integradas de Três Lagoas) no campus localizado na cidade distante 338 Km de Campo Grande. Marcela Carvalho é surda e a unidade de ensino não disponibilizou intérprete para a estudante executar a prova, segundo informações da mãe, Jackeline Carvalho.

"Fiz a inscrição dela no vestibular para o curso de Estética há mais de um mês e preenchemos os campos destacando que ela é surda e precisa de suporte de intérprete para a prova. No dia do exame, ela acordou de madrugada e foi de ônibus para Três Lagoas, chegando lá, foi impedida de entrar na sala onde faria a prova e a levaram para outra sala, onde após um tempo disseram que ela não poderia mais fazer o vestibular, que não haveria intérprete e ela poderia voltar para casa", relata a mãe.

A jovem nasceu com surdez severa profunda, o que, segundo a mãe, o que faz com que ela precise de intérprete para os estudos. Por não ter conseguido participar da prova, Marcela está deprimida. "Ela está muito triste, não quer nem participar da festa de formatura da escola na próxima sexta-feira e tive que agendar consulta com psicólogo para ela", conta Jackeline.

Por meio de mensagem de Whats App, Marcela relatou à reportagem do Campo Grande News que sonha em entrar para a faculdade para conseguir emprego e que os funcionários da AEMS não esclareceram o motivo da falta de intérprete no dia da prova. "Me fizeram esperar, eu perguntava quando eu iria entrar para a sala, me disseram que não tinha como eu fazer a prova. Quero muito ser esteticista e trabalhar. É difícil conseguir emprego, por isso quero muito fazer faculdade", relatou a jovem.

A mãe da estudante conta que a AEMS enviou mensagem via Facebook informando que agendariam outra data para a prova, mas não houve nenhum outro contato ou explicação sobre o fato. "Me mandaram mensagem, nem se identificaram e até agora a faculdade não explicou nada", afirma.

Em contato com a faculdade, a reportagem foi informada de que a pessoa responsável pelo assunto não estava na unidade de ensino e que assim que retornasse, enviaria resposta por e-mail, sobre o ocorrido com a estudante, o que não ocorreu até o fechamento dessa matéria.

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