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Meio Ambiente

Pesquisadores fazem imagens de tatu gigante raro no Pantanal de MS

Paula Vitorino - Com reportagem da BBC Brasil | 22/09/2011 13:33

Projeto de cientistas da Escócia quer estudar comportamento da espécie rara

Câmera noturna flagrou tatu saindo de toca. (Foto:  Arnaud Desbiez)
Câmera noturna flagrou tatu saindo de toca. (Foto: Arnaud Desbiez)
O tatu gigante pode atingir 1,5 metro de comprimento e pesar até 50 quilos
O tatu gigante pode atingir 1,5 metro de comprimento e pesar até 50 quilos

Cientistas da Escócia conseguiram capturar imagens de um raro tatu gigante na região do Pantanal da Nhecolândia, em Mato Grosso do Sul. As câmeras do zoológico de Chester foram colocadas pelos pesquisadores da Royal Zoological Society há dez semanas, mas só agora conseguiram fotografar o animal.

Com as imagens, os pesquisadores poderão estimar a densidade da população da espécie, investigar os padrões de suas atividades, monitorar o uso de suas tocas por outras espécies além de aprender mais sobre seu comportamento social e reprodutivo. A pesquisa faz parte do Projeto Tatu Gigante.

"As câmeras vão oferecer informações críticas para a avaliação da situação das populações de tatus gigantes no Brasil", disse Arnaud Desbiez, biológo da Royal Zoological Society.

Ele ainda explica que as imagens vão ajudar a ter uma compreensão melhor da história natural da espécie e talvez entender as razões ecológicas de sua raridade.

“Vão nos ajudar a formular uma base de informações sobre a ecologia do tatu gigante e sua função no ecossistema do Pantanal brasileiro", acrescentou.

As fotos mostram o tatu saindo de uma toca. Apesar da população de tatus gigantes, ou Priodontes maximus, estarem espalhadas pela maior parte da América do Sul, pouco se sabe sobre este animal devido ao seu comportamento discreto e a pouca concentração da espécie, que raramente é vista.

O fato de o tatu gigante passar os dias em tocas embaixo da terra dificulta a observação, tornando as observações raras. O tatu gigante pode atingir 1,5 metro de comprimento e pesar até 50 quilos, duas vezes o tamanho de um tatu comum.

Raro - O tatu gigante vive em áreas de florestas conservadas, perto de fontes de água e têm hábitos noturnos.Isso levou os cientistas a decidirem usar câmeras automáticas, instaladas como armadilhas, para capturar as imagens.

"Nós simplesmente não sabemos nada sobre os tatus gigantes e podemos perder esta espécie antes de conseguir entender sua história natural básica e seu papel ecológico", afirmou Arnaud Desbiez.

A organização União Internacional para Conservação da Natureza classifica este mamífero como vulnerável, pois o tatu gigante está ameaçado pela perda de seu habitat e pela caça.

Para Arnaud Desbiez, o tatu gigante pode ser considerado um "fóssil vivo".

"Estou ansioso para usar os resultados de nosso trabalho para mostrar aos brasileiros e ao resto do mundo esta espécie desconhecida que eu acredito simboliza o melhor da biodiversidade", afirmou.

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