Policial é ferido a pedrada durante confronto com índios
Sitiantes afirmam que são ameaçados há 3 anos; índios acusam policiais e seguranças por ataque armado
O clima de guerra entre índios e sitiantes impera mais uma vez nos arredores da Reserva Indígena de Dourados. Nesta quinta-feira (11), a Polícia Militar teve de ser chamada para evitar ainda mais violência.
Viatura teve o vidro da porta quebrada por pedra atirada com estilingue e um policial sofreu ferimentos leves, segundo a PM. Tiros de bala de borracha foram disparados pelos policiais para conter o grupo, que ameaçava investir contra a equipe.
A área de confronto fica na região oeste do município, a menos de 3 km da Avenida Guaicurus e nos fundos da Aldeia Bororó. São pelo menos 32 sítios e 12 sitiocas localizados ao lado da divisa com a terra indígena.
Desde outubro de 2018, os índios, que se autodenominam “Resistência Jovem da Bororó”, ameaçam ocupar as terras. O local já foi palco de vários confrontos com feridos dos dois lados. Mesmo sem perícia, os índios afirmam que a área faz parte da Reserva Indígena criada em 1917 e teria sido invadida pelos sitiantes. Os pequenos produtores afirmam possuir escrituras dos lotes.
Ontem, os índios voltaram a ameaçar invadir os sítios, onde algumas casas estão sendo construídas. Vídeos obtidos pelo Campo Grande News mostram os proprietários temendo a invasão. Até um adolescente se diz de prontidão para defender a propriedade.
Além do confronto pela terra, existe a guerra de informação. O site “causaoperaria.org.br” divulgou vídeos gravados pelos índios, em que acusam a PM de promover ataque contra a comunidade em defesa dos proprietários. Nas imagens, é possível ver os índios correndo da polícia.
Veja o vídeo:
Policial ferido – A Polícia Militar informou através da assessoria de imprensa que a equipe foi ao local usando armamento “menos letal”, como bomba de gás e balas de borracha, após ser acionada através do 190 sobre o risco de confronto. Também havia denúncia de que os índios estariam de posse de armas de fogo.
Segundo a denúncia, pelo menos 20 índios estariam atirando na direção dos sitiantes e ameaçando os moradores. Conforme relato dos sitiantes, o homem que anda armado e usando capuz é conhecido como “Manão”. Ele teria dito que se eles não fossem embora seriam degolados.
O confronto ocorreu em uma plantação de soja, ao lado do local onde os moradores estão instalando uma cerca para separar os sítios da reserva indígena. Quando se aproximaram, os policiais foram atacados com estilingue e flechas. O policial atingido pela pedra recebeu atendimento no hospital e depois passou por exame de corpo de delito.
Na noite de ontem, o Batalhão de Choque da PM acompanhou diligência da Polícia Federal no local, mas o clima estava mais calmo. Reunião na manhã de hoje tenta encontrar solução para os confrontos. A reportagem apurou que além da PF e da PM, participam representantes do Ministério Público Federal e da Funai.