Por falta de verba, Hospital Casa de Saúde de Rio Verde anuncia fechamento
Completando 40 anos de funcionamento, a diretoria do Hospital Casa de Saúde, no município de Rio Verde, iniciou a contagem regressiva para o encerramento das atividades. A partir deste domingo (1), não serão mais realizados os atendimentos do pronto-socorro, internações e cirurgias.
Com isso, o hospital continua realizando apenas os serviços ambulatoriais. Mas de acordo com o diretor Joel Lucas de Almeida, o encerrando total das atividades já tem data prevista e deve acontecer no início do mês de maio.
“Estamos esperando apenas terminar o período de aviso-prévio de alguns funcionários. Outros já saíram do hospital”, explica.
O hospital tem 44 leitos, atendia diversos convênios de saúde e atendimentos particulares, com capacidade para cirurgias de pequeno e médio porte, diversos exames, como tomografia computadorizada, e inúmeras especialidades médicas.
Desde meados do ano passado o repasse do SUS (Sistema Único de Saúde) para o hospital foi cortado e a Casa de Saúde passou a fazer apenas atendimentos particulares.
Ainda segundo a diretoria, o hospital é o único da região norte do Estado que faz atendimentos particulares. Sem os atendimentos da Casa de Saúde, a população de Rio Verde passa a contar somente com o hospital o Hospital Municipal, com cerca de 20 leitos.
Crise - Joel explica que a decisão de fechar veio depois de a diretoria buscar todas as alternativas possíveis para continuar gerindo o hospital sem chegar à situação de falência. A opção também tem o objetivo de encerrar os serviços enquanto ainda existe recurso para pagar os funcionários e fornecedores.
“Não seria justo com funcionários que trabalham ali há mais de 30 anos a gente fechar e não ter dinheiro para fazer o acerto de contas. Não queremos chegar ao ponto de falência, sem condições até de cumprir os acordos com fornecedores”, frisa.
O diretor afirma que diversos fatores contribuíram para a crise nas finanças do hospital, sendo um dos principais a defasagem da tabela do SUS e de planos de saúde. “Foi o início da crise”, diz.
Segundo ele, o hospital não consegue manter o atendimento 24h só com a verba dos convênios de saúde e atendimentos particulares. “Precisávamos de apoio de verba pública, mas não só isso, maior participação dos convênios”, diz.
População - Com o anuncio de fechamento, uma comissão foi formada por moradores, empresários e funcionários públicos para viabilizar alternativas para manter o hospital aberto.
Apesar de já ter data para o fechamento, Joel acredita que “quando há envolvimento da população tudo é possível, porque são várias pessoas lutando por uma causa”.
O presidente da comissão, Denilson Antônio Caetano, explica que sem o hospital a população vai precisar viajar até Campo Grande para ter acesso a maioria dos serviços de saúde.
Ele afirma que os integrantes da comissão estão buscando uma solução e devem se reunir com representantes de planos de saúde, além de autoridades públicas. Um abaixo-assinado também está sendo feito na cidade.