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Interior

Preso por atos golpistas, empresário faz acordo com MPF e sai da prisão

José Carlos Rozin admitiu participação em bloqueio com pneus e vai prestar serviços comunitários

Helio de Freitas, de Dourados | 03/02/2023 17:44
Pneus queimados no Trevo da Bandeira, em 18 de novembro, em ato contra eleição de Lula (Foto: Arquivo)
Pneus queimados no Trevo da Bandeira, em 18 de novembro, em ato contra eleição de Lula (Foto: Arquivo)

O empresário douradense José Carlos Rozin, preso pela Polícia Federal no dia 20 de janeiro deste ano acusado de organizar atos antidemocráticos contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ganhar liberdade nas próximas horas.

A defesa dele, feita pelo advogado Maurício Nogueira Rasslan, assinou “acordo de não persecução penal” com o MPF (Ministério Público Federal). Preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), o empresário aguarda a tramitação do alvará de soltura para ser liberado.

José Carlos Rozin foi alvo da segunda fase da Operação Unlock, acusado de participar do bloqueio com pneus em chamas no dia 18 de novembro do ano passado no Trevo da Bandeira, em Dourados. Um Fiat Uno que passou pela barricada de fogo ficou destruído.

Horas antes do bloqueio, José Carlos Rozin postou foto em grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro informando que até aquele momento ele estava sozinho no trevo, esperando os demais manifestantes.

No dia anterior, bolsonaristas que estavam acampados em frente ao quartel do Exército, na Avenida Guaicurus, planejavam bloquear o trevo da BR-163 com a BR-463 para tentar impedir a diplomação de Lula. Entretanto, o incêndio no carro esvaziou o ato.

Maurício Nogueira Rasslan informou que para assinar o acordo, o empresário admitiu participação no bloqueio. Segundo o defensor, José Carlos Rozin não financiou o ato, como havia suspeita.

“Ele admitiu que cometeu ato errado. A confissão é ‘condição sine qua non’ [essencial] para o acordo de não persecução penal”, afirmou Maurício Rasslan ao Campo Grande News. Pelo acordo, o empresário vai pagar valor não informado para uma entidade assistencial e prestar serviços comunitários.

Segundo o advogado, quando esse tipo de acordo é assinado, o acusado não é denunciado pelo Ministério Público, ou seja, não vai responder ao processo penal. O acordo já foi homologado pelo juiz Rubens Petrucci Junior, da 1ª Vara Federal em Dourados.

José Carlos Rozin, em postagem no grupo de bolsonaristas, horas antes do bloqueio (Foto: Arquivo)
José Carlos Rozin, em postagem no grupo de bolsonaristas, horas antes do bloqueio (Foto: Arquivo)

No dia 20 de novembro, quando foi desencadeada a primeira fase da operação, o empresário tinha sido alvo de buscas feitas pela PF por ordem da Justiça Federal.

Naquele dia, agentes da PF e policiais rodoviários federais também cumpriram mandados de busca na casa do caminhoneiro André França da Silva, 39, no Jardim Márcia. Proprietário da carreta bitrem usada para levar os pneus ao bloqueio, ele foi preso no distrito de Itahum.

Em maio de 2022, José Carlos Rozin foi um dos condenados no processo que apurou desvio de R$ 34,7 milhões (valores atualizados) no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) de 2002 a 2006. Ele pegou pena de seis anos, quatro meses e 24 dias, mas permanece em liberdade.

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