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Interior

Próteses são entregues pelo SUS com defeito, denunciam deficientes

Helio de Freitas, de Dourados | 04/02/2015 10:58
Alex Moraes (à esquerda) e outros paratletas de Dourados reclamam das próteses fornecidas pelo SUS através de uma entidade da capital (Foto: Hédio Fazan/O Progresso)
Alex Moraes (à esquerda) e outros paratletas de Dourados reclamam das próteses fornecidas pelo SUS através de uma entidade da capital (Foto: Hédio Fazan/O Progresso)

Deficientes físicos de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, reclamam que próteses distribuídas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) estão chegando com defeito e muitas ficam guardadas porque o uso causa desconforto e dores. O caso foi denunciado pelo Centro de Apoio ao Deficiente Físico.

Reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal “O Progresso”, de Dourados, revela que pelo menos 90% das próteses vêm com defeito. O CER (Centro Especializado em Reabilitação), que distribui dos equipamentos, contesta as denúncias.

O presidente do Centro de Apoio ao Deficiente Físico, Alex Moraes, afirma que pelo menos cem moradores de Dourados enfrentam algum tipo de transtorno provocado por próteses com defeito. Entrevistado pelo jornal, Antônio da Silva Araújo diz que recebeu a prótese em 2013 e já caiu várias vezes por causa do aparelho. Por isso decidiu voltar a usar muletas.

“[A prótese] veio com ajuste frouxo no joelho. Caí várias vezes, me machuquei e o ajuste quebrou. Comecei a utilizar a muleta, que machuca ainda mais a minha coluna. Sinto muitas dores nas costas e na minha perna”, disse Antonio ao jornal douradense.

Rosenilda Aoyama, que é paratleta assim como Alex Moraes, também reclama das próteses do SUS. “Fazemos o pedido e quando o aparelho chega a Campo Grande são feitos ajustes rápidos para saímos de lá com a prótese. Ao chegar aqui essas próteses começam a apresentar uma série de problemas ao nosso corpo. Eu acho que elas não deveriam causar desconforto, ou dor, pelo contrário”, afirma Rosenilda, que fez um financiamento para comprar outra prótese, um modelo mais simples, que custou R$ 8 mil.

CER nega defeitos – Também ouvido pelo jornal “O Progresso”, o técnico de ortopedia do Centro Especializado em Reabilitação, Pedro Eldahier, disse ter ficado “surpreso” com as reclamações. Segundo ele, não há nenhuma queixa de má qualidade do produto registrado no centro, que funciona em Campo Grande. Eldahier atribui as denúncias a dois motivos: setores de saúde estariam manipulando os pacientes, informando que a prótese não é de qualidade, e falta de manutenção.

“Os usuários não retornam dentro do prazo estipulado para as manutenções obrigatórias. Este processo deve ocorrer em três, seis, nove, 18 e 24 meses de uso da prótese. Isto acontece porque o corpo do paciente passa por mudanças constantes, como emagrecimento, por exemplo. Temos todas as condições físicas e humanas para a revisão e manutenção das próteses. Basta o usuário comparecer”, afirmou.

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