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Cidades

Juiz recua e põe Acrissul no lugar de "ladrões" para cuidar de bois furtados

Edivaldo Bitencourt | 23/07/2015 16:15
Armas e outros produtos apreendidos com acusados de roubar gado (Foto: Arquivo)
Armas e outros produtos apreendidos com acusados de roubar gado (Foto: Arquivo)

Após decisão polêmica, o juiz da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, Waldir Peixoto Barbosa, recuou e decidiu transferir à Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) a responsabilidade pelas cerca de 300 bois furtados. A entidade assumirá a custódia e promoverá o leilão do gado. Inicialmente, o magistrado liberou o grupo acusado pelo furto cuidar do gado roubado.

Na segunda-feira, Barbosa determinou a soltura dos 13 réus acusados de integrar a quadrilha de roubo de gado, que causou prejuízo de R$ 1 milhão aos produtores rurais de 12 cidades. Presos desde março deste ano, eles foram liberados para cuidar das reses que teriam furtado de fazendas da região.

No despacho, o juiz argumentava que liberou a quadrilha porque não tinha quem cuidasse e custeasse a transferência dos animais. Um oficial de Justiça relatou que o gado estava espalhado na fazenda, onde a cerca foi destruída e havia risco do rebanho causar acidente na BR-163, a mais movimentada do Estado.

A decisão teve repercussão negativa e a Acrissul se ofereceu para assumir a custódia dos animais roubados. “Com o comparecimento da Acrissul surge uma solução mais viável, motivo pelo que REVOGO, em parte, a decisão”, destaca Waldir Peixoto Barbosa. No entanto, ele manteve os acusados em liberdade.

A Acrissul vai providenciar a remoção do gado para um local com pasto. A empresa Correia da Costa Leilões vai promover a venda das cerca de 300 cabeças de gado. “Após a venda, caberá à Acrissul depositar na conta única o valor apurado com o leilão, descontados as despesas que a Acrissul terá com a remoção e apascentamento do gado”, destaca o magistrado.

No despacho de ontem, o juiz tenta justificar a decisão de deixar os bois roubados aos cuidados da quadrilha acusada pelo furto. “A decisão constante dos autos, proferida em audiência, que concedeu liberdade provisória aos acusados, a fim de viabilizar a remoção do gado apreendido, à conta deles, foi a única solução encontrada para evitar a perda dos semoventes, que vêm morrendo na fazenda onde estão”, frisou.

Foram presos e soltos pela Justiça Hélio Angelo dos Santos, 38 anos, Ronaldo Ribeiro Melo, 25, e Dilson Aparecido Almada, 38, dos irmãos Odair José Morais, 26, Marcio Antonio Moraes, 24 e Marcos Lean Morais, 22, além de Leandro Sanchez, 18, Elias Gomes de Sena, 52, Luis Fernando de Oliveira Farias, 26 e Elinton Pereira de Souza, 26. Antônio de Paz Melo, 45, pai de Ronaldo, também integra a quadrilha.

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