ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 33º

Cidades

Juiz vê digitais do PCC em crime de maior demonstração de força na fronteira

Aline dos Santos | 16/06/2016 09:16
Arma antiaérea foi acoplada a veículo de executores de Jorge Rafaat. (Foto: Direto das Ruas)
Arma antiaérea foi acoplada a veículo de executores de Jorge Rafaat. (Foto: Direto das Ruas)

Com direito a uso de armamento antiaéreo, a execução de Jorge Rafaat Toumani, em Pedro Juan Cabalerro, foi a maior demonstração de força do crime na fronteira com Mato Grosso do Sul. A avaliação é do juiz federal Odilon Oliveira, que atuou em Ponta Porã, cidade do lado brasileiro. O magistrado também vê digitais da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) na emboscada.

“Pelo que conheço é a maior demonstração. Já haviam tentado. Mas agora se armaram, se estruturaram. Por convicção, acho que o PCC está por trás disso. O PCC é um inimigo histórico do Jorge Rafaat. Tem o interesse em adquirir armas, comercializar drogas, manter o Paraguai como esconderijo, mas o fundamental é a droga”, afirma.

Conforme Odilon, a disputa entre grupos e facções na fronteira tem como pano de fundo o controle do mercado da cocaína, “produto” cujo quilo pode custar cem mil dólares na Ásia.

Duas faces – Em 2014, o juiz confiscou 49 itens da organização de Rafaat, uma das maiores da região. A condenação também incluía cumprimento de pena em regime fechado. “Foram três fazendas no Paraguai. Fazendas no Mato Grosso, fazenda no Paraná, em Mato Grosso do Sul. Muitos imóveis urbanos, sete aviões empregados no tráfico, muitos veículos”, afirma.

Por outro lado, Rafaat também era empresário próspero, com comércios nos dois lados da fronteira. “Os grandes traficantes, depois de certa fase na atividade criminosa e lavando dinheiro, têm duas caras. Tem a face do empresário e a face do crime. O traficante passa a se ocultar atrás da face legal”, diz.

Segundo ele, há condenação por tráfico contra o empresário desde 2003. A condenação de 2014 era de 47 anos de prisão e não foi cumprida porque Rafaat obteve habeas corpus. “Ele aguardava em liberdade”, explica o magistrado.

Tempo de violência - O veículo blindado de Jorge Rafaat Toumani foi alvo de disparos de armamento calibre .50, usado em táticas antiaéreas pelas Forças Armadas. A arma estava acoplada na parte traseira de uma camionete Toyota Hilux SW4, onde estavam os executores.

Duas empresas de Rafaat foram incendiadas nas primeiras horas de hoje ( dia 16) em Pedro Juan Caballero. Em uma delas, na loja Pneus Porã, o fogo destruiu parte das instalações do imóvel.

Nos siga no Google Notícias