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Cidades

Mato Grosso do Sul tem a 3ª maior taxa de suicídios do Brasil, diz Saúde

Zana Zaidan | 15/01/2014 16:55
Quase metade da população de MS vem de fora, fator que pode contribuir com as taxas de suicídio (Foto: Arquivo)
Quase metade da população de MS vem de fora, fator que pode contribuir com as taxas de suicídio (Foto: Arquivo)

Estatística que preocupa órgãos de saúde, a população de Mato Grosso do Sul é a terceira do Brasil que mais comete suicídio. Foram 8,1 casos para cada 100 mil habitantes entre 2006 e 2010, quase o dobro da média nacional, que é de 4,8 casos. Os números são de um levantamento divulgado hoje (15) pelo jornal Folha de São Paulo, com base em informações do Ministério da Saúde.

Os índices elevados de suicídio podem ser explicados pela alta incidência local de fatores de risco que predispõem à prática. Um deles é o divórcio, explica a psicóloga Ceres Mota Duarte. Mais uma vez, Mato Grosso do Sul vigora no ranking brasileiro, e apresenta a segunda maior taxa de divórcios (4%), acima da brasileira,de 2,5%, segundo o IBGE.

“Alguns casais separados se vêem em situação de vulnerabilidade, situação que pode levar a transtornos mentais como ansiedade ou depressão, todos esses fatores de risco”, explica Duarte.

O índice também é elevado entre migrantes, caso, mais uma vez, de Mato Grosso do Sul. Dos 2,5 milhões de habitantes do Estado, pouco mais da metade (1,8 milhão) nasceu aqui. “São pessoas tentando se inserir no contexto do meio onde passarão a viver, e buscam por um emprego melhor, uma boa casa, estabilidade. Fatores que podem causar frustração”, analisa a psicóloga.

População indígena - Outro fator são os registros locais de suicídio entre os povos indígenas. Em 2012, os 19 casos somente nas aldeias de Mato Grosso do Sul, colocaram o Estado como recordista em taxas de suicídio, conforme relatório do Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

Suicídios nas aldeia indígenas também elevam os casos em MS (Foto: Arquivo)
Suicídios nas aldeia indígenas também elevam os casos em MS (Foto: Arquivo)

O coordenador do Cimi no Estado, Flávio Machado, associa os casos de suicídio à intervenção da sociedade, alheia à realidade das aldeias, aliada à falta de perspectivas, e casos de alcoolismo. “Pesquisas apontam que mais de 90% dos casos estão na faixa dos 14 aos 29 anos, ou seja, jovens, que não têm perspectiva, por causa do desemprego”, aponta. “A sociedade que os trata com o preconceito e racismo também contribui, além da facilidade de acesso à bebidas”, acrescenta.

Ainda sobre o levantamento da Folha, o recordista em taxas de suicídio é o Rio Grande do Sul, com 10,2 casos para cada 100 mil habitantes. Por lá, as justificativas vão desde a forte influência da cultura alemã, e seus padrões de auto exigência, até o uso de um agrotóxico nas lavouras de fumo, apontado como possível culpado por mudanças de comportamento nos agricultores.

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