MPT repreende sindicato por representar índios demitidos
O MPT (Ministério Público do Trabalho) notificou o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Campo Grande e Região por representar os 200 índios demitidos da Usina Santa Olinda, no distrito de Quebra Coco, em Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital.
Ontem, o Campo Grande News divulgou a denúncia do presidente da entidade, Rinaldo Salomão, de que a entidade ingressaria com ações na Justiça do Trabalho para cobrar o pagamento de salários, direitos trabalhistas e encargos aos indígenas demitidos pela usina.
Nesta terça-feira, por meio da assessoria de imprensa, o coordenador do Núcleo de Enfrentamento das Irregularidades Trabalhistas e Sociais nas Atividades Sucroalcooleiras de Mato Grosso do Sul, procurador do trabalho Cícero Rufino Pereira, criticou a entidade por representar os indígenas. Ele alegou que o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação "não tem legitimidade".
"causa estranheza ao Núcleo de Usinas do MPT/MS o fato do Sindicato dos Trabalhadores, através de seu presidente, pretender ajuizar ação em prol de trabalhadores indígenas demitidos da Usina Santa Olinda, pois tal sindicato não possui legitimidade para defender os interesses de indígenas que prestam serviços na usina de açúcar e álcool", ressaltou Rufino, que não divulgou nenhuma manifestação contra a usina.
Rufino explicou, por meio da assessoria, que "somente o Sindicato de trabalhadores nas Usinas de Açúcar e Álcool ou o MPT teriam legitimidade para defender os interesses dos trabalhadores indígenas empregados nas usinas, pois eles não pertencem à categoria representada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Campo Grande e Região".
Segundo a assessoria jurídica do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação, a primeira audiência na Justiça do Trabalho de Aquidauana no próximo dia 26 deste mês.
