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Cidades

Ong aponta erros em processos judiciais sobre abortos

Redação | 15/12/2008 20:20

Um relatório feito pela organização não-governamental Ipas, aponta irregularidades na ação policial, e na apreensão e manuseio dos prontuários médicos em processos judiciais envolvendo aborto em Campo Grande.

"Processos judiciais envolvendo abortamento: Negação dos direitos reprodutivos das mulheres em Mato Grosso do Sul" será lançado na terça-feira, às 17 horas, em Brasília (DF) e entregue ao secretário especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vanucchi.

O relatório foi publicado 1 ano e oito meses após o Jornal da Globo ter revelado que a então clínica de planejamento familiar da médica Neide Mota, na Rua Dom Aquino, em Campo Grande, fazia abortos ilegais há 20 anos.

Segundo o relatório da Ipas, agentes policiais não respeitaram a privacidade das mulheres e não impediram a exposição indevida do conteúdo das fichas médicas e o seu manuseio por pessoal não qualificado.

A legislação brasileira prevê procedimento específico para a investigação de registros médicos de pacientes, conforme o jornal O Globo, exigindo que as autoridades judiciais apontem um especialista para manusear os prontuários, com o objetivo de preservar o sigilo médico.

Para a Ong, os procedimentos supostamente irregulares afetaram as vidas de milhares de mulheres que estão sob investigação. Setenta delas já receberam sentença e outras mais são acusadas diariamente.

O jornal O Globo diz que a interrupção da gravidez é um grave problema de saúde pública e de direitos humanos no Brasil. Apesar de o Código Penal brasileiro criminalizar o procedimento, estima-se que ocorram 1,054 milhão de abortos a cada ano no país.

Cerca de 250 mil mulheres são atendidas anualmente nos hospitais brasileiros com complicações decorrentes de abortos irregulares.

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