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Cidades

Paciente é atendida na calçada e morre na porta do Hospital Regional

Marta Ferreira, Danúbia Burema e Viviane Oliveira | 02/02/2011 16:00

Não havia espaço na emergência do hospital para atender idosa de 70 anos

Ambulâncias do Samu e de Sidrolândia paradas no HR, após paciente morrer.(Foto: Simão Nogueira)
Ambulâncias do Samu e de Sidrolândia paradas no HR, após paciente morrer.(Foto: Simão Nogueira)

Uma paciente de 70 anos, vinda de Sidrolândia, morreu esta tarde, na porta do Hospital Regional, em Campo Grande, sem ter a chance de ser atendida na emergência.

Doralina Souza Alves teve uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou a receber os primeiros socorros pela equipe do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência), mas morreu na calçada da porta do hospital.

Segundo as informações do Samu, não havia espaço físico para que a paciente pudesse ser atendida no Pronto Socorro do hospital.

Ela precisaria ter sido entubada, mas a equipe, com os recursos que tinha, conseguiu fazer massagem cardíaca, para tentar reanimá-la, e injetar drogas com o mesmo objetivo.

O equipamento de ventilação da equipe do Samu não pode ser usado porque estava com outra paciente, levada para o hospital desde o meio-dia, com problemas respiratórios.

Doralina foi internada ontem à noite no Hospital de Sidrolândia e hoje foi trazida para Campo Grande.

Superlotação-A morte dela revela um quadro que atinge todos os hospitais públicos da cidade, conforme o médico do Samu Luiz Antônio Costa, de 57 anos. Segundo ele, todas as emergências de hospitais públicos (Santa Casa, HR e HU), estão lotadas.

No HR, de acordo com ele, a emergência tem espaço para 11 pacientes, mas está com 17.

“Não tem lugar nem para uma cadeira de rodas, quanto mais para uma maca”.

O médicou contou uma situação dramática. A ambulância estava parada há mais de 3h Hospital, porque equipamento de ventilação do veículo estava sendo usado pela paciente com problema pulmonar grave.

Como não havia equipamento no Hospital para isso, a ambulância teve de ficar parada, pois se fosse retirado a ventilação mecânica, a paciente corria o risco de morrer.

Por esse mesmo motivo, a ventilação mecânica não pode ser utilizada na paciente transferida de Sidrolândia.

A filha dela que estava no local, Rosenilda de Souza Alves, 32 anos, atribuiu o erro ao hospital de Sidrolândia. Segundo ela, a mãe não deveria ter sido transferida para Campo Grande nas condições em que estava.

O Campo Grande News procurou a direção do hospital, mas não foi recebido e obteve por telefone a informação de que o Regional irá se manifestar apenas por e-mail.

Os questionamentos sobre a morte da idosa foram encaminhados da forma exigida e, conforme a assessoria de imprensa do hospital, devem ser respondidos ainda nesta tarde.

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