Parto em rua da Capital foi realizado por outra gestante
Aos dois meses e meio de uma gravidez de risco, a técnica de enfermagem Adriana de Lima se deparou, na manhã desta segunda-feira, com uma situação que define como presente de Deus.
Enquanto luta para manter um bebê em seu ventre, as mãos de Adriana trouxeram ao mundo Fernando, quarto filho de Sirlene Maria Santos, de 31 anos. Moradora da Travessa Nosso Bairro, na Vila Nhá Nhá, por volta das 6h, Adriana de Lima foi surpreendida pelos gritos de Sirlene, que ao retornar de um pagode, entrou em trabalho de parto a uma quadra de casa.
No meio da rua, sob os olhares das mais de 20 pessoas que se aglomeravam em torno de Sirlene, Adriana realizou o parto com a ajuda, via celular, da médica Milena Góes (do Samu), e com a experiência de quem já trabalhou na sala de partos da Santa Casa.
Ela relata que o principal cuidado foi não tocar com as mãos diretamente na criança. Sem luvas, Adriana utilizou um lençol para amparar o bebê. Com o cordão umbilical fazendo duas voltas torno de seu pescoço, o menino nasceu sem chorar.
Para Adriana, foi o momento de maior nervosismo, pois a mãe pedia para que ela fizesse o recém-nascido chorar. "Ele não respirava. Com a ajuda da médica, fiz massagens no pulmãozinho dele e desenrolei o cordão do pescoço", conta. Ao primeiro choro, a equipe do Samu chegou, cortou o cordão umbilical e levou mãe e filho para o HU (Hospital Universitário).
Para Adriana, se Deus salvou Fernando, também salvará a vida de seu filho. Hoje, um sangramento a fez procurar atendimento médico.
Medo
