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Cidades

Passeata reúne cerca de 12 mil professores, segundo Fetems

Fernando da Mata e Paula Maciulevicius | 15/03/2012 10:57
Manifestantes na avenida Afonso Pena (Foto: Marlon Ganassin)
Manifestantes na avenida Afonso Pena (Foto: Marlon Ganassin)

Com bandeiras e gritos de guerra como ‘piso, carreira e 10%’, professores da rede pública de Mato Grosso do Sul saíram em passeata, na manhã desta quinta-feira (15), no centro de Campo Grande.

Segundo a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado), cerca de 12 mil educadores de praticamente todos os municípios sul-mato-grossenses participaram do protesto, que integra a paralisação nacional do três dias.

Depois que ficarem quase duas horas concentrados na praça do Rádio Clube, os professores saíram em marcha pela avenida Afonso Pena. Completam o trajeto as ruas 14 de Julho, Marechal Rondon, 13 de Maio e Barão do Rio Branco.

Com a passeata, o trânsito do centro da cidade ficou mais tumultuado que o normal nas vias próximas ao percurso da passeata.

Dentre as reivindicações da paralisação dos três dias, estão a aprovação do Plano Nacional de Educação, aplicação da lei do piso na íntegra e a separação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação.

O presidente da Fetems, Roberto Botareli, ressaltou que a paralisação é para que o professor tenha, daqui a dez anos, o salário equivalente ao do médico ou advogado.

“Nos últimos dez anos, tivemos mtos avanços. Tanto é que faz dez anos que não existe greve”. Botareli é contra deixar o reajuste salarial da categoria baseado na inflação. “Se deixar de acordo com a infalção, vamos receber de novo um salário mínimo”.

O professor de Educação Física, Cristiano César Trindade, 34, leciona em Campo Grande e destaca que a paralisação é o único jeito de conquistar os direitos.

“Os professores não estão paralisados pelo reajuste salarial, mas pela valorização da educação no país. É preciso investir na educação e nas condições de trabalho”.

Para o professor de Matemática, Erikson Tiago Sena, 25, Mato Grosso do Sul tem um piso relativamente bom, mas é preciso reivindicar melhorias para outras regiões.

“Por exemplo, no Rio Grande do Sul, o piso é de R$ 900. No Nordeste, é lamentável a situação das escolas. Por isso que é importante que a paralisação seja nacional, pela educação do país como um todo. Os governantes acham que estamos contra eles, mas nós somos a favor de investimentos para que a educação melhore”, relatou Sena.

Salas de aula ficaram vazias por conta de paralisação (Foto: Marlon Ganassin)
Salas de aula ficaram vazias por conta de paralisação (Foto: Marlon Ganassin)

Portões fechados - Por conta da paralisação nacional, pelo menos 85% das escolas da rede pública em Campo Grande não tiveram aula, nesta quinta-feira (15). Em todo o estado, a expectativa da Fetems é de que mais de 90% das escolas da rede pública paralisaram as atividades.

Atividades - Logo após a passeata pelas ruas do centro da Capital, os trabalhadores em educação seguirão em carreata até a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) para entregar uma carta com reivindicações. Entre elas, a solicitação para que os prefeitos cumpram a Lei do Piso Salarial Nacional em seus municípios.

Às 15h30 haverá solenidade de reconhecendo do trabalho de 15 prefeitos que cumprem na íntegra o piso nacional e concedem 1/3 de hora-atividade para planejamento de aulas. O piso para início de carreira de professores com ensino médio é de R$ 1.451 por 40h semanais.

A mobilização nacional termina na sexta-feira (16), com debates simultâneos nos municípios sobre as 20 metas do Plano Nacional de Educação.

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