Pescadores de Miranda farão beneficiamento de bocaiúva
A 'Associação de Pescadores de Iscas Vivas de Miranda', em Mato Grosso do Sul, pretende gerar renda com um despolpadeira de bocaiúva, desenvolvida para a Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.
A bocaiúva é encontrada em quase todo o Brasil. Em Miranda a palmeira se espalha meio à vegetação nativa.
Do "chiclete pantaneiro", apelido bem humorado da bocaiúva, podem ser aproveitados a casca, como combustível de queima de biomassa, a polpa para produção de alimentos, como compotas, farinha e sorvete, e óleo para a indústria de cosméticos, produção de sabão ou mesmo óleo para culinária, como o dendê.
A castanha pode ser consumida e existem estudos para a utilização do óleo da bocaiúva como biocombustível.
O projeto com comunidades de pescadores de iscas no Pantanal, foi iniciado pela organização não-governamental Ecoa, que incentiva a pesquisa de meios alternativos de renda para os pescadores, principalmente durante o período do defeso, quando é proibida a prática da pesca.
Com apoio da Ecoa, a Associação encontrou o equipamento para a separação da polpa da semente do fruto. A máquina foi idealizada por um engenheiro mecânico que solicitou a produção do modelo piloto para Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, Estado de longa tradição no aproveitamento da fruta, que lá é conhecida como macaúba.
Uma parceria com o DTA (Departamento de Tecnologia de Alimentos) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) irá desenvolver boas práticas na utilização do maquinário e de higiene para a preparação de cada produto, além de pesquisar os produtos de maior demanda e adaptação à realidade local.