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Cidades

PF revira casa de advogado de agentes penitenciários

Redação | 24/09/2009 14:15

Policiais federais cumpriram na manhã de ontem (23) mandado de busca e apreensão no bairro Jardim dos Estados e no bairro Carandá Bosque I, onde ficam a casa e o escritório do policial civil aposentado Paulo Magalhães, advogado de três dos agentes penitenciários federais que denunciaram suposta gravação de visitas íntimas no Presídio Federal de Campo Grande.

De acordo com o advogado, 15 policiais chegaram à sua residência por volta das 6h, armados com dois fuzis e três metralhadoras, e apreenderam três computadores, o do advogado, do enteado e de sua filha de sete anos, e dois laptops do escritório.

A operação foi confirmada pela Polícia Federal, mas nenhum detalhe foi repassado.

Na versão de Magalhães, a ação foi realizada para aprender DVDs com imagens que haviam sido feitas no Presídio Federal de maneira ilegal e com 'autorização do juiz federal" Odilon de Oliveira, com relações sexuais de presos, durante visitas íntimas, que julgaram estar com ele.

"Querem porque essas imagens são as únicas provas de que existe ligação corrupta entre o Judiciário e o Executivo do presídio", afirma o advogado, que diz ter assistido às gravações.

Mas ele garante que não havia nenhuma delas em seu computador. Questionado sobre onde estariam as imagens, ele afirma que elas estão "fora de Mato Grosso do Sul", distribuídas por vários locais no País, mas não informa nenhum deles.

"Esses documentos estão rolando desde outubro do ano passado, mas todos têm medo de tomar uma providência", completa.

A versão oficial apresentada pelos policiais, segundo o advogado, é a de que a Polícia queria provar que o advogado desobedeceu a uma ordem legal dada por um funcionário público. "Mas eu não sei nem quem é esse funcionário, nem que ordem foi essa", garante.

Além disso, o mandado teria sido cumprido porque Magalhães havia quebrado o sigilo de um inquérito que estava em andamento na PF. "Não tinha acesso a esse inquérito e nem sabia de seu conteúdo", afirma.

Velado - Desde que veio à tona a denúncia de cinco agentes do Presídio Federal de que as visitas íntimas dos presos estariam sendo gravadas, pouco ficou esclarecido sobre o assunto.

Segundo os agentes, a prática era autorizada pela administração, com o aval do juiz Odilon de Oliveira. O advogado deles diz até que é possível reconhecer um detento nas filmagens, mas afirma que não irá divulgar o nome dele.

Sobre o caso, houve boatos até de que Fernandinho Beira-Mar teria ameaçado matar quem gravou as visitas, caso fosse divulgada alguma imagem dele. Apesar de garantirem que as gravações existem, nem os denunciantes levaram elas a público.

O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) garante que as imagens supostamente feitas no Presídio são de um casal qualquer tendo relações sexuais, e não é possível sequer afirmar que elas foram feitas dentro da unidade penal.

As investigações sobre o assunto são feitas de maneira sigilosa.

"Se as imagens não existem não tem que se preocupar, não precisa ir na casa de ninguém", pontua o advogado Paulo Magalhães.

Sigilo - A PF (Polícia Federal) confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que cumpriu mandado de busca e apreensão na casa e no escritório do advogado, mas não divulgou detalhes da operação, porque a investigação é feita sob segredo de Justiça, com a justificativa de que a medida é necessária para "preservar a segurança do Presídio".

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