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Cidades

PM, lixo e alívio marcam desativação de rodoviária velha

Redação | 01/02/2010 00:17

Operação especial da Polícia Militar, operários e passageiros aliviados com o fim de uma era marcaram a desativação do Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu, a primeira rodoviária de Campo Grande, inaugurada há 37 anos. Para evitar confusão, empresas de ônibus e a Agepan (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos) garantiram o transporte dos passageiros da unidade velha para a nova.

A última viagem, feita às 23h45 pelo ônibus da Viação São Luiz, placas HTG-3462, dirigido pelo instrutor Francisco da Silva, 50 anos, funcionário da empresa há 30 anos, durou aproximadamente 15 minutos. Os passageiros com destino à Araçatuba (SP) embarcaram no terminal velho e foram obrigados a desembarcar no novo, repetindo o processo de embarque. "Não viajo mais", comentou Silva, que teve a honra de dirigir o último ônibus a sair do terminal inaugurado em 14 de janeiro de 1973.

No último dia de operação, a imagem desgastada do antigo prédio foi agravada com a sujeira e o lixo espalhado no chão. Outro fator foi a operação especial da Polícia Militar, iniciada às 22h30, com 18 policiais. O arrastão teve a finalidade de garantir a evacuação do terminal e combater a criminalidade, segundo a tenente Maria Aparecida de Arruda.

Feia - Para a vendora Letícia Linhares Zandona, 45 anos, o terminal velho era "muito feio". Além disto, ela se considerava insegura no local, mesmo chegando em cima da hora do embarque. "Não tem segurança", garantiu, com a experiência de viajar sempre para São Paulo.

Antes de embarcar no último ônibus a deixar o terminal, o servente de pedreiro Wagner Luiz Regatiere Filho, 26, não tinha o que reclamar da velha. "A rodoviária é boa", disse. Já o seu companheiro, o pedreiro Walter Arruda Nogueira, 46, tem opinião contrária. "A rodoviária não é boa, tem sujeira e falta organização", criticou, manifestando-se aliviado com a mudança para a Avenida Gury Marques.

Vindo de Aral Moreira com destino a Juara (MT), a dona de casa Rosilei Marques da Silva, 38, embarcou num dos últimos coletivos a deixar o terminal. "Campo Grande precisava de uma rodoviária nova, esta é muito esquisita",  analisou.

Distância - A distância foi um fator que dividiu opiniões. A agente de passagens Tatiane Oliveira, 23, está contente porque a Estação Rodoviária Senador Antônio Mendes Canale ficará a 10 minutos de ônibus de sua casa no Conjunto Moreninha. No prédio antigo, ela demorava de 31 a 45 minutos no deslocamento.

Já para o comerciante de Ponta Porã, Ramão Paes de Almeida, 43, a nova rodoviária vai pesar no bolso. Ele disse que a conta do táxi para quem precisa ir até o hospital ou ao centro da Capital ficará mais cara. "Hoje pagava R$ 8, agora deve ficar em torno de R$ 45", calculou.

Para outros, a mudança foi a melhor coisa. "Campo Grande precisava uma rodoviária nova, tinha muito marginal. Tava cheio de vagabundo", afirmou o agenciador de passagens Fábio Paiva Mercadante, 32.

Transbordo - Para evitar problemas, as empresas Andorinha, Expresso Queiroz e Eucatur colocaram ônibus para levar os passageiros da antiga para a nova rodoviária. A Eucatur transportou 17 passageiros com destino a Alta Floresta do prédio velho para o novo.

Em dois ônibus, com destino a Sinop (MT) e Porto Velho (RO), a empresa embarcou outros 13 passageiros. Para evitar problemas, a Agepan (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Delegados) ficou de prontidão no local.

De acordo com o fiscal Emerson Reis, todos os ônibus após às 23h foram transferidos para o novo terminal. A Viação Andorinha atrasou os horários de três linhas com destino a Corumbá para inaugurar a nova rodoviária. O primeiro a sair, às 0h01, por exemplo, estava marcado para as 23h.

A Expresso Queiroz antecipou uma linha extra em quase duas horas. Os passageiros com viagem marcada à 1h da madrugada de hoje foram obrigados a antecipar o deslocamento para as 23h20 de ontem para chegar na rodoviária velha e embarcar, novamente, na nova, para sair da Capital às 0h10.

Tapumes

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