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Cidades

Policiais preparam "arrastão" em delegacias para fazer greve vingar

Jéssica Benitez e Viviane Oliveira | 17/05/2013 08:20
Polícia Civil inicia paralisação e só retoma trabalho após renegociação com governo (Foto: Marcos Ermínio)
Polícia Civil inicia paralisação e só retoma trabalho após renegociação com governo (Foto: Marcos Ermínio)
Grevistas protestam em frente à delegacia (Foto: Marcos Ermínio)
Grevistas protestam em frente à delegacia (Foto: Marcos Ermínio)

Escrivães e investigadores da Polícia Civil iniciaram greve hoje às 7h e já organizam mobilização em frente às Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e do bairro Piratininga. Conforme o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa, toda a categoria deve se reunir ao decorrer do dia. Para que isso ocorra os protestantes passarão por todas as delegacias da Capital garantindo que apenas 30% do efetivo trabalhe.

Barbosa destacou que a classe considera que a negociação com o Governo do Estado está estagnada. Para eles o fato de o governador André Puccinelli (PMDB) ter enviado ontem parte da tabela com reajuste salarial linear à Assembleia Legislativa, sendo que o restante deve ir à Casa de Leis na próxima segunda-feira. “Mandamos ofício ao governador na terça-feira, mas não houve resposta, portanto estamos em greve até que a negociação seja reaberta”, disse Barbosa.

Para deixar a paralisação evidente à população os policiais penduraram faixas em frente às delegacias e estamparam a palavra “greve” em seus uniformes. Além disso, carros de som ajudam a propagar o manifesto. “Queremos que a etapa alimentação se estenda a toda a categoria, melhores condições de trabalho e aumento de 1.200 em nosso efetivo”, ressaltou o presidente.

Ao Campo Grande News, Barbosa contou que a situação precária é tamanha que chegou ao ponto de policiais terem de comprar a própria munição. “O prédio da Cepol abriga cinco delegacias e não tem condições nenhuma de trabalho. Se a Capital está assim imagina o interior”, questionou.

Instruções – A Polícia Civil está tão decidida que o Simpol formulou uma espécie de cartilha dando as coordenadas de como a categoria deve agir durante a greve. Conforme as instruções, durante o período de paralisação as delegacias farão registros de ocorrências apenas de prisões em flagrantes, casos de homicídios, remoção de cadáveres em residências ou vias públicas, desaparecimento de menores de idade e casos relacionados à lei Maria da Penha.

Além disso, os investigadores não farão diligências, transferências serão feitas apenas de presos em flagrante ou capturados para as unidades onde devem ficar custodiados, escoltas não devem ser executadas, somente ambulatoriais em casos de emergência.

Atendimento de advogados ou oficiais de Justiça nas delegacias também estarão paralisados, exceto em casos de alvará de soltura. Visitas também estão suspensas durante a greve. Quanto aos escrivães, cumprirão o expediente normal, porém com restrição.

De acordo com as regras da greve, apenas serão realizadas atividades em cartórios que estejam relacionadas a prisões em flagrantes, homicídios e medidas protetivas urgentes, no caso da lei Maria da Penha.

Não haverá também encaminhamento ou retirada de inquéritos policiais ou outras comunicações, protocolos, ofícios, nem expedidas intimações. Em caso de flagrantes e oitivas urgentes, os escrivães deverão fazê-las somente acompanhados de delegados.

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