ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 27º

Cidades

Policial confessa crime, mas diz que tiro foi acidental

Redação | 13/03/2009 14:55

Na manhã de hoje, ao chegar para trabalhar na DEAM (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher), o policial Cleidival Antônio Vasques Bueno, de 47 anos, começou a chorar ao ver a delegada Lúcia Falcão e disse apenas: "Aconteceu um acidente com a Elaine".

A cena foi descrita pela delegada, ao confirmar que o investigador assumiu logo cedo a autoria do assassinato da policial Elaine Yamazaki, de 35 anos.

Antes, os colegas de Vasques já haviam dado a principal pista que levaria ao autor do crime. Testemunhas viram uma moto Twister preta deixar a avenida Salgado Filho na contramão,local onde foi encontrado o corpo da investigadora na manhã de hoje.

Foram os próprios policiais da DEAM a lembrar que Vasques tem o mesmo modelo de moto. Os investigadores foram até a casa do suspeito e a mãe dele confirmou que o filho não havia dormido em casa, e que apenas passou pela manhã para trocar de roupa e seguir para o serviço.

Nesse meio tempo, Vasques confessou o crime. Na versão dele, o tiro foi acidental, ao tentar tirar a arma da cintura para colocar no painel do carro de Elaine, um Fiesta Sedan, ele diz que ocorreu o disparo "acidental".

A bala atingiu o rosto da vítima, que morreu na hora. Vasques contou ter entrado em desespero e fugido do local.

A Polícia garante que a vítima não teve reação alguma, o que é um agravante contra o assassinato. Vasques será indiciado por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e porque a vítima não ofereceu defesa.

O encontro entre os dois ocorreu por volta das 23 horas, segundo o policial. Ele diz ter ido até a universidade Estácio de Sá, onde Elaine cursava Direito, e de lá seguiu de moto o Fiesta até a avenida Salgado Filho.

Elaine fazia o percurso diário de volta para casa e entrou algumas quadras antes do caminho de rotina, na rua 1º de Julho, ao ser abordada por Vasques. Ele sustenta que os dois mantinham um caso extra-conjugal, já que Elaine é casada.

O autor informou, inclusive, há quanto tempo os dois mantinham o relacionamento, mas segundo o delegado da Depac, Cláudio Zotto, que colheu o depoimento, ainda é cedo para confirmar que os dois eram amantes.

A história pode ser uma invenção do policial na tentativa de encobrir uma frustração amorosa, diante da recusa de Elaine de qualquer envolvimento com Vasques, o que também leva à tese de crime passional.

A titular da DEAM, Lúcia Falcão, diz desconhecer qualquer relacionamento entre os dois servidores da delegacia.

O delegado diz que a ação foi muito rápida, entre às 23 e às 24 horas. O autor contou que houve uma conversa "em tom alto" e depois o tiro.

Nada foi levado do carro, e o corpo só foi encontrado na manhã de hoje, porque o local é de pouco tráfego de veículos e pedestres.

A arma de Vasques, que há 22 anos é policial civil, foi apreendida e algumas peças de roupa também, as que ele usava no momento do crime.

Vítima e o assassino trabalhavam na mesma delegacia em Campo Grande, ironicamente na de proteção à mulher.

O relações públicas da Polícia Civil, Jeferson Nereu Luppe, abriu a coletiva na tarde de hoje sobre o caso lamentando o fato. "

Nos siga no Google Notícias