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Cidades

Gases poluidores do ar são alvo de medição na Julio de Castilho

Paula Vitorino | 03/06/2011 13:50

Medição faz parte do Plano de Controle de Poluição Veicular de Campo Grande

Julio de Castilhos tem intenso tráfego de ônibus e veículos. (Foto: Pedro Peralta)
Julio de Castilhos tem intenso tráfego de ônibus e veículos. (Foto: Pedro Peralta)

Como parte do Plano de Controle de Poluição Veicular de Campo Grande, três trechos da Capital serão monitorados para avaliar a qualidade do ar da Capital. Nesta semana, o equipamento está instalado na Avenida Julio de Castilhos, próximo ao cruzamento com a Presidente Vargas.

A via foi escolhida pelo intenso fluxo de veículos, principalmente de ônibus, e por estar localizada em uma região mais afastada do Centro. Segundo o coordenador do programa de medição veicular, Neif Salim, o equipamento fica no local até a próxima terça-feira (7). Já no dia 8 ele segue para o último trecho de avaliação, no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Rui Barbosa.

Para quem respira todos os dias o ar da Julio de Castilhos, a poluição é algo visível. Com a sabedoria de 80 anos de vida, Josefa Benicia constata que “não precisa de medidor, é só sentir respirar e sentir a poluição”.

Usuária do transporte coletivo, ela mora próximo ao terminal rodoviário da Avenida e afirma que os efeitos da poluição no ar podem ser sentidos em tudo. “No cabelo, na pele, na respiração. Afeta tudo”, diz.

A opinião é compartilhada por vários habitantes da via, como o vendedor Vicente Neto, de 52 anos, que afirma limpar por ao menos quatro vezes a tela do computador para retirar “a poeira preta de poluição”.

Após cerca de uma década respirando o ar da avenida diariamente, ele diz que o maior efeito é sentido durante à noite, “tenho dificuldade para respirar”.

“O ônibus para aqui no ponto da frente e quando sai deixa um fumaceiro. É isso que vai poluindo o ar”, diz. Ele mora na Vila Alba e garante que o ar do seu bairro é mais puro que o da movimentada avenida.

O monitoramento da qualidade do ar é tido pelos moradores como o primeiro passo para diminuir a poluição, mas o mecânico Antônio Rafael de Carvalho, de 49 anos, ressalta a importância de áreas verdes e lembra que os veículos antigos poluem mais o ar.

“A gente vê muito carro andando pela cidade e soltando muito fumaça. Os carros mais novos já filtram mais os poluentes e dá pra regular a emissão dos gases. Mas depende muito do proprietário e do bolso de cada um”, diz.

Ele e sua esposa, Vera Lucia Terra, de 46 anos, apostam que após o monitoramento dos trechos da cidade a Julio de Castilho não terá a pior qualidade, mas sim a região central. “Lá é muito mais poluído, aqui ainda nem tanto, tem áreas mais abertas”, justifica.

Equipamento faz a medição de seis gases do ar. (Foto: Pedro Peralta)
Equipamento faz a medição de seis gases do ar. (Foto: Pedro Peralta)

Avaliação - O monitoramento começou no dia 24 de maio, na Avenida Gury Marques – BR 163, Saída para São Paulo. A avaliação da qualidade do ar no local ainda não foi concluída, mas já foi possível constatar os horários de pico de poluição. Entre às 5h e 7h – 17h às 21h, quando muitos motoristas estão chegando ou voltando de seus compromissos, o índice de poluição do ar alcança níveis extremos.

No trecho, os principais vilões são os veículos de grande porte como caminhões e ônibus, que trafegam diariamente pela Avenida, e utilizam o diesel como combustível.

Já no local escolhido para a última medição, na região central, o objetivo é constatar o impacto do fluxo intenso de veículos durante todo o dia.

O equipamento fica em cada local por sete dias, incluindo o fim de semana para analisar a diferença da poluição veicular neste período. Depois, o monitoramento é repetido por três dias em cada um dos trechos para aferição das informações coletadas.

Até o próximo dia 30 deve ser emitido um relatório com os resultados do monitoramento, segundo Neif Salim. Com base nas informações, as secretarias de meio ambiente do Estado e da Capital vão determinar quais medidas necessárias para a melhoria da qualidade do ar.

O estudo está previsto na Resolução nº 418 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e irá integrar o Plano Estadual de Controle de Poluição Veicular, feito em todo o país.

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