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Cidades

Prefeitura troca comando em intervenção da Santa Casa

Redação | 18/02/2009 09:31

O prefeito Nelsinho Trad (PMDB) anunciou hoje que vai substituir os representantes da prefeitura na junta interventora que administra a Santa Casa de Campo Grande.

O atual presidente, Rubens Trombini, e o diretor administrativo Natalício de Almeida serão substituídos, respectivamente, pelo diretor-executivo da Secretaria Municipal de Saúde, Salim Chead e pelo o ex-reitor da Uniderp, Pedro Chaves.

Hoje às 11 horas, Pedro Chaves deve se reunir de maneira informal com o procurador do Ministério Público Estadual, Mauri Ricciotti. No dia 2 de março, representantes dos MPE, do Ministério Público Federal e do Trabalho, também têm reunião marcada para discutir a intervenção.

A troca, segundo o prefeito, não tem relação com o desempenho de Trombini e Natalício no hospital. A decisão foi tomada como estratégia em uma nova fase do processo de intervenção, justificou Nelsinho.

"Eles fizeram um trabalho exemplar, mas agora vão retornar para contribuir na prefeitura", resumiu sem maiores comentários sobre o trabalho realizado por Trombini, que retornará á Sesau e Natalício que volta a integrar a Secretaria de Finanças do município.

Agora o prefeito espera a decisão da Justiça sobre o pedido de prorrogação da intervenção na Santa Casa, mas aparenta já contar como certo o prazo estendido. "Precisamos continuar a reestruturação no hospital". O prazo de um ano, definido na última prorrogação, venceu em dezembro.

O prefeito pede agilidade na decisão, porque segundo ele contas bancárias já foram bloqueadas pelos bancos por conta da indefinição sobre quem está autorizado a movimentar o dinheiro.

O pedido de prorrogação é defendido pelo governo estadual e Ministério Público do Estado e analisado pelo juiz Dorival Moreira dos Santos, da Vara de Direito Difusos, Coletivos, Individuais e Homogêneos.

Trombini deixa o cargo depois de 4 anos presidente da junta interventora. Apesar de ser apontada como solução para o caos financeiro e deficiências no atendimento à população, hoje a Santa Casa está com cirurgia eletivas suspensas e permanece com quadro de superlotação atribuído a remessa de pacientes do interior para a Capital. Também são recentes as denúncias de deficiências em setores fundamentais como a radiologia.

Há quatro anos, em janeiro, de 2005, o cenário era de salário atrasado e portas do Pronto-Socorro fechadas para novos pacientes. A prefeitura decretou intervenção, tirando o comando da unidade hospitalar da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande). Desde então, a intervenção se arrasta e a cada ano ganha mais polêmica.

Da trincheira, a ABCG ataca. Em documento enviado à justiça, a associação afirma que a dívida do hospital saltou de R$ 37 milhões para 57,8 milhões. Ao passo que a quantidade de atendimentos diminuiu de 27.992 internações para 22.817.

Em síntese, a ABCG evoca dois argumentos para que a intervenção não prossiga: Estado e município não conseguiram sanear as finanças e a falta de resultados com a gestão profissional. No ano passado, em cumprimento à determinação judicial, a Santa Casa contratou a consultoria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que também apontou séria crise financeira.

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