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Cidades

Relatório aponta que usinas aumentam exploração sexual

Redação | 01/10/2010 18:31

Relatório divulgado no mês de setembro aponta que a implantação de usinas sucroalcooleiras iniciam um processo que resulta no aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes. O resultado é baseado em levantamento feito nos municípios de Sidrolândia, Maracaju, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante, que abrigam usinas e áreas de plantação de cana, iniciado em fevereiro de 2009.

A pesquisa foi coordenada pelo Instituto Brasileiro de Inovações pró-Sociedade Saudável/Centro-Oeste, encomendada pelo Comcex-MS (Comitê de Enfrentamento da Violência e Defesa dos Direitos Sexuais de Crianças e Adolescentes de Mato Grosso do Sul) e contou com recursos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Conforme o coordenador técnico do trabalho, Osvaldo dos Passos Pereira Júnior, foram verificados três tipos de práticas sexuais nos municípios pesquisados. A primeira foi de exploração de adolescentes intermediada por adultos, a segunda sem intermediação e a terceira foi a exploração paga com benefícios que não são o dinheiro.

Em um dos casos, foi verificada exploração sexual envolvendo uma criança de 10 anos. A prática mais comum, segundo o organizador, é a de exploraçao de jovens com intermediação de terceiros.

Os pesquisadores notaram que o trabalho extenuante a que os trabalhadores de usinas são submetidos aliado à distância da família os deixa vulneráveis. "O mercado sexual percebe, pois é um mercado como qualquer outro", salienta.

A exploração de adolescentes varia conforme as exigências dos trabalhadores. Osvaldo explica que a relação entre implantação de usinas e aumento da exploração sexual não é simples, mas se trata de um processo de médio prazo.

Entre os pontos verificados pela pesquisa está a mudança na dinâmica dos municípios em época de pagamento dos trabalhadores. Conforme o relatório, os bares começam a funcionar mais cedo e há maior movimentação nas ruas.

Muitos desses bares, aponta o coordenador da pesquisa, possuem quartos reservados para o serviço sexual. Na maior parte dos casos as adolescentes não ficam nesses locais, mas são avisadas da chegada dos clientes pelo telefone celular. "Algumas adolescentes são buscadas em casa pelas prostitutas", revela.

O coordenador da pesquisa conta que em alguns municípios pesquisados, as pessoas colocavam a culpa pela prostituição nas adolescentes e diziam que após a implantação das usinas isso era normal.

"O que fica a longo prazo é a cultura de tolerância à presença de adolescentes na prostituição.

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