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Cidades

Taxista morto por passageiro estava pensando em deixar a profissão

Marco Antonio Brito | 27/08/2011 10:44

Segundo familiares, em mais de 25 anos de trabalho Daniel Dudu nunca tinha sido assalto

Taxistas lamentam durante velório a morte de colega. (João Carrigó
Taxistas lamentam durante velório a morte de colega. (João Carrigó

O taxista Daniel Manoel Dudu, de 50 anos, morto a tiros na manhã de sexta-feira (26), após pegar dois passageiros na saída de um show, realizado no Estádio Morenão, estava pensando em se aposentar. Segundo o filho do taxista, o também taxista Willian Fernandes Dudu, nos últimos 5 anos o pai (Daniel) havia deixado de trabalhar à noite e estava reduzindo o número de corridas, porque pensava em parar.

"No dia do show ele resolveu trabalhar para aproveitar o movimento", conta Willian que acompanhava na manhã de hoje (27), junto com outros familiares e amigos, o velório do pai, na Capela Campo Grande. Em clima de muita tristeza e consternação, Willian lembrou que em mais de 25 anos de profissão Daniel Dudu nunca havia sido assalto. "Não acredito que o que aconteceu dessa vez tenha sido um assalto", garante ele. "Nenhum pertence foi levado. Estava tudo no carro".

Durante o velório, muitos taxistas manifestaram sua preocupação com a falta de segurança, principalmente para aqueles que trabalham à noite ou de madrugada. "Depois das 20h é o pior horário", relata Carlos Roberto da Costa, que foi taxista por 35 anos e há 2 está aposentado. Ele e os amigos contam que, depois desse horário e, principalmente, em dias de show, procuram evitar corridas para bairros muitos distantes e reconhecidamente perigosos, com o Nova Lima e Noroeste.

Veículo do taxista no local do crime. (Foto: João Garrigó)
Veículo do taxista no local do crime. (Foto: João Garrigó)

O crime - Daniel Dudu morreu na Santa Casa de Campo Grande, para onde havia sido transferido após ter sido baleado com dois tiros na cabeça. O crime aconteceu por volta das 6h, no Jardim Nascente do Segredo. O taxista foi encontrado por moradores caído ao lado do táxi, na Rua Gastão, em frente a um terreno abandonado. O Corpo de Bombeiros foi acionado e levou o Daniel Dudu para o posto de saúde Coronel Antonino, de onde foi transferido para a Santa Casa devido a gravidade dos ferimentos.

Uma adolescente, que seria uma das passageiras no momento da ocorrência, foi apreendida pela Polícia Militar e depois de ouvida encaminhada a uma UNEI - Unidade Educacional de Internação. Ela contou à policia que estaria acompanhada do namorado Wesley Oliveira do Santos, de 18 anos, quando resolveram voltar de taxi para casa após a saída do show. A corrida teria ficado em R$ 60,00, mas nem a menor nem o namorado teriam dinheiro para pagar. Wesley, então, teria dito que pegaria o dinheiro em casa, quando iniciou uma discussão com o taxista. Logo após, o namorado teria atirado em Daniel Dudu, acertando dois disparos na cabeça do taxista.

Wesley continua foragido, mas a familia do taxista aguarda a prisão do rapaz para confirmar o ocorrido. O acusado já tem passagens por tráfico de drogas e roubo, quando ainda era menor de idade. A namorada de Wesley estaria embrigada quando foi apreendida. Na casa da menor os policiais encontraram porções de cocaína e maconha.

Sepultamento - O corpo do taxista Daniel Manoel Dudu deverá ser sepultado às 16h de hoje, no Cemitério do Cruzeiro.

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