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Em Pauta

A conta dos carnívoros, zumbis e subcelebridades

Mário Sérgio Lorenzeztto | 23/11/2013 08:25
A conta dos carnívoros, zumbis e subcelebridades

Existem 59 bilhões de animais no mundo que são criados pelo valor de sua carne.

O peso dos animais domesticados é 16 vezes maior do que todos os animais selvagens reunidos. Sessenta por cento das terras cultiváveis do mundo são destinadas para produzir bife. Desde o início do século XX, a produção das fazendas e frigoríficos, procurou fornecer carne a um preço cada vez menor. Logo, nosso apetite nos levou a consumir mais e mais animais. O brasileiro consome, em média, 90 kg de carnes por ano, levando em conta a carne bovina, suína e de frangos. Nos EUA, cada cidadão come uma média de 120 kg de carne por ano. A carne barata tem seu preço, contudo. O mundo carnívoro também traz os problemas do consumo excessivo de comida e da obesidade, do uso destrutivo de recursos naturais e a tensão entre fazendeiros e matadouros.

Na década de 1980, a doença da “vaca louca” (encefalopatia espongiforme bovina) foi outro problema que surgiu em decorrência da produção em massa do rebanho bovino. Este é um problema eminentemente europeu, com a exceção de uma única fazenda no Estado do Paraná. Foi detectado na Inglaterra e, depois, em outros países como a França e Alemanha. Qual a origem da vaca louca? Por causa do uso da farinha de carne e ossos conhecida como MBM “Meatand Bone Meal”, que é produzida da transformação industrial de animais que não são destinados para o consumo humano conhecidos como “animais 4 D”. Disabled – incapacitados; Disead – doentes; Dying – morrendo; Dead – mortos. Ou seja, no desespero para alimentar o gado, estavam criando vacas zumbi.

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Consumo de proteína animal excede a necessidade nutricional

Todas estas questões são resultado dos desafios que nossa relação com a produção e o consumo de carne produz. Nos países desenvolvidos, cada pessoa consome a média de 30 animais ou mais por ano, desta conta, 52 dos 59 bilhões são frangos. Esta é uma média muito além da demanda nutricional e, para que exista esta produção aceitamos todos os processos industriais de criação, modificações genéticas e químicas. O processo de produção de carne em larga escala se direcionou para territórios éticos cinzentos. Qualquer planejamento para a comida do futuro – o bife de laboratório é uma realidade – que vislumbra o uso de animais e carne precisa ter em mente aquilo que vem sendo chamado do “custo moral”.

Contudo, no Brasil, infelizmente este debate começou a ser realizado com extremado sentimentalismo e sob os sedentos holofotes da mídia: “Salvamos os Beagles do laboratório malvado!”. O debate sobre as pesquisas com animais e sobre a produção de comida em escala industrial, com a possibilidade de que esta seja saudável, foi iniciado da pior forma possível. Precisamos de números, datas, argumentos racionais e debate.

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Cão: companheiro fiel em todos os momentos, até mesmo na pesquisa

O cão em suas centenas de raças é o companheiro mais antigo e fiel de nossa espécie. Há mais de 30 mil anos está próximo de nossas casas, segue nossos passos ou corre adiante de nós, sendo quase incapaz de viver sem o ser humano, o único animal que chegou a tal dependência. Segundo a época, se esperava que ele defendesse a nossa casa, ajudasse na caça ou que nos auxiliasse a cuidar dos rebanhos. A Antiguidade foi pouco favorável a ele; a Idade Média o protegeu; nosso século dele se enamorou. O cão é o animal símbolo da obediência, o afeto e a devoção. A morte de seu dono, às vezes, provoca a sua. É a imagem da benevolência. Nem pérfido, nem infiel, nem inconstante, nem egoísta, nem inutilmente cruel.

A pura ação apaixonada de subcelebridades “salvando” cachorrinhos, só obscurece a posição daqueles que, de boa fé, procuram repensar os modos de produção, questionar se é possível usar outros métodos para os abatedouros e quais os limites para as pesquisas com animais. Sem sentimentalismo, é possível sim, ter um debate honesto.

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Sugestão: energia ativista pode ser aplicada em ações, não aparições

Pelo contrário, poderemos ter hordas de subcelebridades invadindo frigoríficos e abatedouros para salvar os pobres boizinhos, as belas galinhas e os distintos porquinhos. Exageros. Um exemplo é a professora Temple Grandin, que é defensora dos animais, mas também portadora de autismo e defensora dos direitos para autistas, que provou que a forma como o gado era conduzido para o abatedouro produzia desespero (ou stress) no rebanho e, por isso, propôs um sistema diferenciado, que enganava o gado, acalmando-o, implicando inclusive na diminuição de perdas de cabeças neste processo.

Fazer teste de cosméticos em animais tão emocionalmente ligados aos humanos como os cães não é aceitável, Mas é digno de apoio lutar contratestes de vacinas e remédios, em hamster, por exemplo, que serão usados em humanos e inclusive para salvar os próprios animais que estão sendo defendidos pelos invasores de laboratório? Que a próxima invasão de laboratório seja a invasão de ideias, de argumentos, razões e debates – algo muito difícil para subcelebridades realizarem.

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O saco plástico que pode virar adubo

Os sacos plásticos usados para embalar lixo orgânico são, com frequência, um problema para os aterros sanitários. Fabricados com derivados de petróleo, eles demoram muito mais para se decompor do que o seu conteúdo – algumas centenas de anos. Agora, a empresa química Basf está testando no Brasil uma alternativa capaz de diminuir esse problema. Em setembro, a empresa distribuiu sacos de lixo feitos com um plástico à base de amido de milho. O material leva de dois a três meses para se decompor e depois pode ser usado como adubo. Passará por um período de compostagem e terá sua qualidade testada pela Basf colocando-o em praças, jardins e a pequenos produtores de hortaliças.

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Quer ficar rico? Dirija um trator e aprenda mandarim

Claro que Jim Rogers está brincando quando diz para dirigir trator e aprender mandarim. Afinal, ele é um dos maiores bilionários do planeta investindo seu dinheiro quase sempre da melhor maneira, com maiores lucros. Sócio de George Soros no lendário fundo Quantum que deu rentabilidade de incríveis 4.000%.

Brincando, mas nem tanto.

Bilionário aos 37 anos, ele abandonou Wall Street e, depois de lecionar na Universidade Columbia, em Nova York, foi morar em Cingapura. É claro, ele continua investindo. Diz que acredita que o que vai subir no futuro próximo são as commodities agrícolas. Está comprado açúcar e pensando em adquirir café.

Rogers afirma que mudou para a Ásia porque deseja que as filhas conheçam bem a Ásia e aprendam mandarim com perfeição. Garante que o século XXI é da Ásia.

Também diz que além das commodities agrícolas, o melhor para investir é em turismo na Ásia e nas atividades de despoluição na China. Não tenho dúvida alguma que o Jim Rogers está coberto de razão.

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Empresário economiza para enfrentar turbulências certeiras

Rogers diz que é pessimista em relação ao futuro dos EUA, mas que guarda dólares, porque prevê problemas na economia mundial. E, sempre que há turbulências, os investidores fogem para os EUA, como se o dólar fosse um porto seguro. Também diz que tem muito ouro, mas só voltará a comprar no próximo ano. Afirma categoricamente que os próximos dois anos serão bem difíceis e tumultuados. Diz que só perdeu dinheiro em dois “investimentos”: o pior investimento foi na primeira esposa e o outro foi vender petróleo um dia antes da guerra entre Irã e Iraque. No dia seguinte o preço dos combustíveis foi às alturas.

Dirigir trator é muito fácil, aprender mandarim é dificílimo. Será que dá par ficar meio milionário?

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