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Em Pauta

A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.

Mário Sérgio Lorenzetto | 21/12/2015 07:45
A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.
A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.

A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.

A Igreja ou Basílica da Natividade é simplesmente o templo católico mais antigo, e ainda em uso, do mundo. Recentemente recebeu o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco. Ela foi erguida por volta de 326 d.C., pelo imperador romano Constantino, a pedido de sua mãe de nome Helena (Santa Helena). Essa igreja foi destruída em um incêndio, por volta de 500 d.C., fruto de uma rebelião, um choque entre judeus e samaritanos. Em seguida, outro imperador romano, Justiniano I, construiu a igreja que continua em pé até os nossos dias. Algo como 1.500 anos de história estão em suas paredes, tetos e pisos. Aliás, dificilmente existirão pisos tão belos e ainda conservados como os dessa igreja.

Atualmente a Basílica pertence a três religiões - a Igreja Ortodoxa Grega, a Igreja Armênia e Igreja Católica de Roma. Após atravessar uma grande praça - da Manjedoura, entra-se na Basílica por uma pequenina porta de apenas 1,25 m de altura. É a porta da humildade, onde todos temos de nos abaixar. Conta-se que seu tamanho - mais de cinco metros de altura iniciais - foi reduzido, para que os adversários da fé cristã nela não entrassem com seus cavalos. O primeiro olhar é dado na parte que pertence à Igreja Ortodoxa Grega - um imenso e antiquíssimo altar com ícones ortodoxos, candelabros e lâmpadas medievais. Em seguida, vem a porção que pertence à Igreja Armênia - o altar dedicado aos Reis Magos e à Virgem Maria. O ponto principal é a Gruta da Natividade, uma pequena caverna que fica por debaixo da igreja. Na entrada da gruta há uma imagem rara de Maria, ela está sorrindo com Jesus menino no colo. Dentro da gruta há uma estrela de prata, local onde Jesus teria nascido.
Após nova passagem por pequena parte da Igreja Armênia chegam à Igreja de Santa Catarina, que é uma construção moderna. O ápice dessa Igreja está na grande imagem de São Jorge Guerreiro em uma das portas. Local de peregrinação obrigatória, com direito a inúmeras fotos, e muita alegria, por todos os Corinthianos que por lá passam.

O retorno para Jerusalém, em Israel, apenas 20 km de distância, leva algumas horas, pela passagem cuidadosa pelas vielas da palestina e pela fiscalização minuciosa realizada pelo Exército de Israel ao retornar a esse país.

A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.
A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.

"Castrati", os melhores cantores da história da humanidade.

Estamos na Catedral do Duomo de Milão. O ano é 1550. Você entra na igreja e ouve uma voz maviosa cantando "Crucifixus" (Rossini). Ao sentar-se nos bancos dessa igreja maravilhosa, a música mudou. Canta, agora, um coral de rapazolas, a "Ave Maria" (Bach-Gonoud). Você transcende, parece flutuar. Entra em êxtase. As vozes te levam ao paraíso em terra, um desejo descontrolado de que aquelas vozes não parem de cantar. Essa é uma descrição da vida cotidiana em uma grande cidade da Itália, Inglaterra e França.

Mas por trás daquelas vozes, havia uma história infernal de crueldade familiar. Os jovens cantores eram os "castrati". Eram castrados antes da puberdade por seus pais em troca de dinheiro. Como as mulheres não tinham permissão para cantar na igreja, as castrações para os corais começaram a ter lugar na década de 1550, na Itália. A realização do procedimento, semelhante ao usado para o gado e animais domésticos, previa a eliminação dos testículos, ou também do pênis, por esmagamento ou pelo corte. Davam ópio ao menino ou lhe comprimiam a artéria carótida para induzir um coma. Embora causasse problemas no resto do corpo, a castração produzia maravilhas na voz. Em consequência, as câmaras de ressonância na laringe se tornavam maiores do que o normal, afetando o poder da voz, cujo som ganhava maior ressonância do que o das mulheres ou de homens não castrados. Ninguém se orgulhava de realizar a operação e nenhuma cidade queria seu nome associado a ela. Os castrati só seriam banidos nos últimos anos do século XVIII por ordem de Napoleão, mas mesmo determinando o desaparecimento dessa atrocidade, o imperador francês deixou-se arrebatar pela voz de Crescentini, um castrato que foi viver em sua corte. Essa figura, Crescentini, é o mesmo que aparece em um excelente romance: "A Cartuxa de Parma", escrito por Stendhal.

A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.
A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.

Nasce o Raiz, o movimento e partido que saiu do Rede.

Insatisfeitos com os rumos do Rede Sustentabilidade e o apoio de Marina Silva a Aécio no segundo turno da eleição de 2014, um grupo dissidente passou a discutir a ideia de criar um movimento social que fosse ao mesmo tempo um partido político. Assim nasceu o Raiz Movimento Cidadanista, que tem na deputada federal, Luíza Erundina, sua liderança maior. Eles dizem que se inspiram nos exemplos do "Podemos" da Espanha, do "Syriza" da Grécia e no "Morena" do México, embora o Brasil tenha, até o momento, 35 agremiações partidárias. O Raiz mira os 71% dos brasileiros que disseram na pesquisa do Datafolha que não se identificam com nenhuma das atuais legendas. A ata de fundação do Raiz será lançada no Fórum Social Mundial, no dia 22 de janeiro, em Porto Alegre (RS). Será um partido eco-socialista.

A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.
A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.

E num instante tudo mudou.

Quando anunciaram que o novo jornal português se chamaria "i", houve interrogações de todos os tipos. Estranho, um jornal chamado i. O primeiro ano do i foi entendido como excitante, "louco", esperançoso e muito exigente. É difícil começar do zero com uma marca que ninguém conhece. Havia a sensação de que mudariam tudo, criariam um estilo diferente, adaptado à crise em que vive Portugal. Ganharam prêmios, fizeram jornalismo fresco e criativo. O mote era apropriado: "i num instante tudo muda".

Há pouco acabam de anunciar - 66% dos jornalistas do i estão demitidos, não sabem se continuarão a entregar os jornais nas bancas e supermercados. As pessoas estão deixando de comprar jornais porque agora têm tudo online? Por que já não se lê como antes? O i foi o jornal mais lido de Portugal por vários anos e não se sustentou. Naufragou como tantos outros pelo mundo afora. Resta perguntar: só existirão jornais na internet? Acontecerá algo semelhante aos discos de vinil, um diminuto nicho de leitores do jornal-papel?

A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.
A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.

A prisão no período do Império era debatida pela sociedade. Hoje ela deve desaparecer da vista do povo.

Em comparação com os dias de hoje, a prisão era muito mais debatida no período do Império brasileiro. Ela não só eram regularmente visitadas pelo próprio imperador D.Pedro II, como se tentava entender os problemas que a cercavam. As oficinas de trabalho, mesmo causando grandes despesas, estavam sendo implantadas e cresciam. Na prisão do Rio de Janeiro, em 1850, quando a prisão começou oficialmente a funcionar, existiam quatro oficinas: carpintaria, sapataria, alfaiataria e encadernação. Cinco anos depois, as oficinas já eram onze. Naquela época acreditava-se na ideia da transformação do indivíduo criminoso.

Atualmente, boa parte da sociedade compartilha a visão de que os criminosos devem ficar trancafiados dentro das prisões com muros altos e distantes. Os presos não são considerados cidadãos e devem desaparecer da vista da população. Deles só ouvimos falar quando irrompem revoltas nas prisões, para logo em seguida caírem novamente no esquecimento proposital. Os governos deixaram de tomar conhecimento delas; são quase "propriedades privadas" das organizações de criminosos. Se o passado imperial pode nos ensinar algo, é a necessidade da promoção de mais debates sobre as prisões.

A Igreja da Natividade e a Igreja de Santa Catarina.
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