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Finanças & Investimentos

Conheça um novo conceito de aposentadoria

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 26/10/2016 09:30

Falar de aposentadoria hoje em dia é algo muito interessante. Afinal de contas há um choque de realidade envolvendo a Previdência Social e o equilíbrio do sistema de arrecadação/pagamento de benefícios. A verdade é que o assunto é relevante e pouco compreendido. Quero começar, portanto, discutindo melhor o conceito de aposentadoria (minha opinião, claro). Depois vamos analisar esse lance do benefício complementar que algumas empresas oferecem. Na sequência, ofereço um presente para você (essa é a melhor parte) que está interessado no tema “Aposentadoria”. Vamos nessa? Todos nós temos uma definição sobre aposentadoria, ainda que ele seja baseado puramente no senso comum. Aposentadoria tem alguma coisa a ver com velhice, dinheiro sem ter que trabalhar e passar o dia fazendo algo que gosta. É por aí?

Essas noções surgiram a partir das experiências de nossos pais e avós, que viveram mais intensamente a era industrial e experimentaram um tempo onde foram desenvolvidas algumas leis para “melhorar” a relação entre trabalhadores e empregadores, que em alguns casos era realmente sofrida. Coloquei entre aspas porque, com o passar do tempo, o que era para ser bom, ficou ruim. Quem já esteve dos dois lados dessa relação sabe muito bem o quanto as leis trabalhistas podem complicar o avanço de uma empresa, além de criar uma falsa sensação de conforto e segurança para os empregados. Mas isso é assunto para outro texto. O fato é que passar algumas décadas trabalhando em um emprego que muitas vezes nem gostamos, contribuindo mensalmente (e obrigatoriamente) para o INSS para, um dia, lá na velhice, receber uns trocados e “começar” a desfrutar a vida de verdade, é algo bem longe do conceito atual de aposentadoria. Pode até ter funcionado para nossos ascendentes, mas hoje já não garante nada.

A reflexão começa em nossa relação com o trabalho. Ainda que trabalhemos pensando primariamente no nosso sustento e também no bem-estar de nossas famílias, será que temos que aceitar qualquer coisa, colocando sempre o dinheiro em primeiro lugar? Defendo a posição de que precisamos nos esforçar ao máximo para associar nossas fontes de renda com algo que gostamos de fazer. Isso faz a coisa ficar boa para todos os envolvidos. O prazer pelo trabalho precisa ser resgatado. Precisamos abandonar aquele pensamento medíocre de que o patrão é o bandido e o trabalhador é o mocinho. Olhar tudo com outro olhar, mas sem romantismos e mantendo sempre os pés no chão. Se a situação é de emergência, é claro que você deve aceitar o que vier. Mas assim que as coisas estiverem sob controle novamente, não se acomode. Busque um trabalho que te deixe satisfeito. Ao gostar do que faz, ainda que a empresa onde trabalha não seja um mar de rosas (até porque perfeição não existe mesmo), você já começa resolvendo um grande problema: deixar de desfrutar trabalhos prazerosos só no futuro para viver isso hoje mesmo.

Isso gera um ciclo mental positivo, pois você passa a ter uma rotina mais alegre no trabalho, o que contagia outras áreas da vida. Por exemplo, você não vai chegar em casa sempre “azedo”, descontando na família as suas frustrações profissionais.

Com isso, você já pode refletir em outra coisa: por que parar de trabalhar, se você gosta do que faz? Ora, vamos manter nossa mente e corpo em atividade enquanto conseguirmos, certo? Até porque assim, ainda que velhice física venha nos pegar, a mente continuará jovem!
Ok, mas e se em algum momento da vida eu não quiser trabalhar com algo que gere renda, mas sim com outra coisa que é muito satisfatória, porém não remunerada, como trabalhos voluntários ou atividades domésticas e rurais, por exemplo? Ai entra outra reflexão sobre a aposentadoria, que converge para o conceito da tão falada independência financeira. Aposentar é ter um patrimônio que seja suficiente para gerar renda capaz de sustentar padrão de vida, sem que você tenha que continuar trabalhando para isso.

Quando uma empresa oferece aos seus colaboradores um benefício de previdência privada, onde ela complementa o valor que você se compromete a pagar, estamos diante de uma ótima oportunidade para acelerar a formação de patrimônio. As empresas que fazem isso utilizam fundos de investimento, onde você e elas aplicam a quantia estipulada todos os meses. Por exemplo, se você decide aplicar R$ 500,00, a empresa vai e aplica outros R$ 500,00 por conta dela. Assim, a empresa ajudou a dobrar a velocidade no seu acúmulo de capital (dinheiro). A maioria dos fundos de investimento aplicam os recursos dos clientes em produtos de baixo risco, como os títulos públicos e privados.

Assim, mesmo que haja alguma variação no portfólio de produtos (como uma parcela em renda variável, que é mais arriscado), a sua rentabilidade real será bem maior do que se você estivesse acumulando sozinho o seu capital, com os mesmos R$ 500,00. Assim, minha recomendação é que sempre que a empresa oferecer este tipo de benefício, você deve aceitar imediatamente. E mais: procure realizar os maiores aportes possíveis e que sejam feitos pela empresa (geralmente, elas investem a mesma quantia, mas até um determinado teto). Digo isso porque as empresas estabelecem um limite para participarem com um valor igual ao que você está depositando. Descubra qual é este teto e se esforce para depositar esta quantia limite. Até a próxima!

Fonte: Conrado Navarro/Dinheirama.com
Disclaimer: A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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