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Finanças & Investimentos

O que são agências de classificação de risco?

Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 27/08/2013 08:02

Você provavelmente já ouviu falar delas nos noticiários da TV. Quando ouvimos uma nota atribuída a um país ou organização, estamos na verdade observando o resultado do trabalho de análise das agencias de classificação de risco. Mas o que são e qual a finalidade dessas agências? Assim como já observamos nos artigos anteriores, antes de realizar o aporte de recursos um investidor deve analisar muito bem o seu perfil, seu horizonte, os produtos disponíveis e suas características. Tudo isso para diminuir o risco envolvido nestas operações, ou seja, o potencial de perda ou prejuízo.

Este processo de análise também é seguido por investidores estrangeiros, países e empresas multinacionais, visando identificar as melhores oportunidades de “fazer render” seus recursos. Ou seja, antes de injetarem capital num determinado país, investidores e empresas de todo o mundo, consultam e se orientam pela classificação de risco, que serve como uma referência de países que pagam (ou não) seus compromissos com credores internos e externos. Essa classificação de risco é realizada por um conjunto de agências que avaliam a capacidade de um “emissor de dívida” em honrar o pagamento do papel que está emitindo. Sendo assim, o “rating” como é conhecido, se mostra como um instrumento muito relevante para os investidores, pois fornece uma “opinião” independente a respeito do risco de crédito da dívida do país analisado. Por agente emissor, entendemos organizações como empresas, governos, instituições financeiras, ou fundos de crédito. Os emissores contratam as agências para que elas determinem as notas dos títulos, pois tem a necessidade de comprovar aos seus investidores o nível de classificação.

As três principais agências de classificação de risco do mundo são Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch. As notas de classificação de risco que as empresas e países recebem das agências são resultantes de um trabalho realizado por analistas que se baseiam em informações públicas. A análise destas agências considera a solvência dos mercados e os riscos de haver calote sobre determinado empréstimo. Os analistas recebem informações e realizam reuniões com a direção do BC (Banco Central) de cada governo, e altos funcionários de uma determinada empresa. Os analistas elaboram um relatório e atribuem uma decisão que pode ser confirmar, aumentar, baixar a nota, sob observação, modificar sua perspectiva. Esse relatório final é apresentado a um comitê de classificação, na maioria dos casos, composto por dez analistas experientes que debatem sobre as informações antes de votar a nota. Depois da decisão final, cada país ou empresa é informado dez horas antes da publicação. Cada nota pode ser revisada uma vez ao ano, quando necessário perante casos de crise política, social e econômico.

A título de exemplo podemos observar a classificação de nosso país frente às agencias de classificação internacional. O Brasil possui excelente reputação de emissor, sendo que seus títulos são considerados Grau de Investimento pelas três maiores agências de classificação. Oficialmente, o Brasil possui contrato para classificação de seu risco de crédito com as seguintes agências: Standard & Poor´s (S&P), Fitch Ratings (Fitch) e Moody´s Investor Service. Adicionalmente, outras agências internacionais monitoram regularmente o risco de crédito do país, como a canadente Dominion Bond Rating Service(DBRS), as japonesas Japan Credit Rating Agency (JCR) e Rating and Investment Information (R&I), a coreana NICE Investors Service a a chinesa Dagong Global Credit Rating. As agências de classificação de risco usualmente atribuem notas para as dividas de curto e longo prazo, em moeda local e estrangeira. A nota para a emissão de longo prazo em moeda estrangeira é a mais comumente usada como referência para definir a classificação de risco do país. As escalas usadas pelas agências podem ser representadas por letras, números e sinais matemáticos (+ ou -) e normalmente vão de 'D' (nota mais baixa) a 'AAA' (nota mais alta). Tais notas são classificadas, pelos participantes do mercado, em dois grupos: Grau Especulativo (D até BB+) e Grau de Investimento (BBB- até AAA).

E então, conseguiu compreender o que são e qual a finalidade das agencias de classificação de risco no momento de auxiliar os investidores na escolha sobre onde alocar seus recursos? Não deixe de comentar, pois assim você estará enriquecendo a discussão sobre o tema. Até a próxima.

(*) Com informações de tesouro direto/veja

Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com

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