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Economia

Brasil precisa de sistemas de produção sustentáveis, diz Riedel

Edmir Conceição | 14/12/2011 10:32

Presidente da Famasul, Eduardo Riedel, assume cargo de diretor vice-presidente da CNA pregando princípios socioambientais na expansão das fronteiras agrícolas

Eduardo Riedel, presidente da Famasul e diretor vice-presidente da CNA, diz que o foco agora é a sustentabilidade, com práticas sócioambientais.
Eduardo Riedel, presidente da Famasul e diretor vice-presidente da CNA, diz que o foco agora é a sustentabilidade, com práticas sócioambientais.

Os conceitos éticos, sanidade, qualidade e princípios sócios ambientais devem nortear a produção de alimentos, diz o presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, que nesta terça-feira (13), em Brasília, foi empossado como diretor vice-presidente da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária).

Segundo ele, a busca por indicadores de sustentabilidade nas cadeias produtivas passou a ser uma exigência em razão da crescente exigência dos consumidores por informações que antes não eram consideradas na escolha de um produto.

“Hoje a sustentabilidade é atributo essencial de qualidade e segurança alimentar”, nota, lembrando que a agropecuária brasileira tem o perfil da sustentabilidade e da preservação, uma vez que a produção de alimentos ocupa menos de um terço do território brasileiro.

Formado em Biologia pela UFRJ com especialização em Zootecnia pela Unesp e pós graduação em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vagas), Eduardo Riedel, 42 anos, lembra que sua presença na diretoria da CNA, assegura a Mato Grosso do Sul participação ativa nos grandes debates, além de afirmar o Estado como um dos principais polos agropecuários. A seu ver, os conflitos agrários, a aplicação do Código Florestal e a incorporação de novas áreas pelo setor agroenergético, são questões pontuais que farão parte da agenda permanente da CNA, mas considera que os sistemas de produção sustentáveis são hoje o grande desafio, pois vão além do que o Código Florestal prevê.

”Além da proteção à flora e fauna, há outras práticas para utilização da água, eliminação de resíduos, conservação de energia, saúde humana e sanidade agropecuária no conjunto de ações sustentáveis dentro das cadeias produtivas”.

Para Riedel, se a agropecuária quer atender e ganhar novos mercados, terá que adotar sistemas sustentáveis de produção. “Devemos ser socialmente responsáveis, economicamente viáveis, garantir a saúde e o bem-estar humanos e animal, e a proteção ao meio-ambiente”.

Representatividade - Eduardo Riedel assume a vice-presidente da CNA disposto a dar visibilidade aos princípios socioambientais, mas sem deixar de lado as questões pontuais, entre elas a mudança do parecer da AGU (Aral da União) que restringe a compra de áreas por empresas consideradas ‘estrangeiras’ por não terem capital totalmente nacional. As restrições impedem a expansão do setor sucroalcooleiro. A silvicultura (floresta plantada) também está limitada por causa das restrições.

“Estar à frente da CNA é assumir a responsabilidade de representar uma economia com forte participação agropecuária, em um cenário de discussões e decisões de extrema relevância para o setor. Entre elas, a definição de uma política agrícola e a criação de mecanismos que garantam a segurança jurídica no meio rural”, disse Riedel em entrevista ao Campo Grande News momentos antes de ser empossado.

Sobre o papel da CNA no novo cenário econômico, Eduardo Riedel diz que nesse segundo mandato da senadora Kátia Abreu, os desafios serão lidar com os possíveis problemas provocados pela crise econômica, uma nova política agrícola que garanta renda ao campo e o fim dos conflitos envolvendo a demarcação de terras indígenas, que é uma questão crucial em Mato Grosso do Sul.

A presidente da CNA, Kátia Abreu, reconduzida ao cargo, e o colégio de presidentes de Federações que integram a nova diretoria. (foto: Divulgação)
A presidente da CNA, Kátia Abreu, reconduzida ao cargo, e o colégio de presidentes de Federações que integram a nova diretoria. (foto: Divulgação)

Posse - Durante a solenidade de posse ontem à noite em Brasília, a presidente da CNA, Kátia Abreu, também destacou o compromisso do setor rural com a sustentabilidade, notando que há uma falsa oposição entre produção rural e preservação ambiental.

Os problemas provocados pelas incertezas econômicas mundiais deram o tom da fala da senador Kátia Abreu. Se a crise se arrastar por longo período deve refletir no setor produtivo. “Os efeitos dessa retração se farão sentir na Ásia e na América Latina, enfraquecendo a demanda pelo que nós produzimos”, afirmou a senadora numa alusão ao baixo crescimento nos Estados Unidos e países da Europa.

Para o vice-presidente Eduardo Riedel, os sistemas de produção sustentáveis têm o viés do apelo mundial e será capaz de superar os gargalos da crise. “Não há redução de demanda por alimento, mas o mercado está mais seletivo e exigente”, diz, mas lembra que o sistema produtivo não se sustenta com políticas que inibem a inclusão de médios produtores. No discurso de posse a presidente da CNA lembrou que a expansão das fronteiras do agronegócio pode incluir até um milhão de médios agricultores ao sistema produtivo.

Eduardo Riedel: segurança jurídica no campo é questão crucial para produção em MS.
Eduardo Riedel: segurança jurídica no campo é questão crucial para produção em MS.

Nova Diretoria - Além da presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, a nova diretoria da CNA para o triênio 2011-2014 é composta pelo 1º vice-presidente, João Martins da Silva Júnior (BA), pelo Vice-Presidente de Finanças, José Mário Schreiner (GO), pelo Vice-Presidente Executivo, Fábio de Salles Meirelles Filho (MG), pelo Vice-Presidente de Secretaria, José Zeferino Pedroso (SC). Os Vice-Presidentes Diretores são Assuero Doca Veronez (AC), Carlos Rivaci Sperotto (RS), Eduardo Riedel (MS), Júlio da Silva Rocha Júnior (ES) e José Ramos Torres de Melo Filho (CE). O Conselho Fiscal da CNA será composto por Álvaro Arthur Lopes de Almeida (AL), Carlos Fernandes Xavier (PA) e Raimundo Coelho de Souza (MA), tendo como suplentes José Álvares Vieira (RN), Muni Lourenço Silva Júnior (AM) e Renato Simplício Lopes (DF).

Participaram cerimônia de posse, os ministros Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF); Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social; Paulo Roberto dos Santos Pinto, interino do Ministério do Trabalho e Emprego e o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen.

Também participaram da solenidade o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), senador Clésio Andrade (PR-MG), o governador do Tocantins, Siqueira Campos, o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), e o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes. Estiverem presentes os ex-ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, Alysson Paolinelli e Reinhold Stephanes, além do diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes.

Diversos parlamentares compareceram à cerimônia, como os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Jayme Campos (DEM-MT), Ana Amélia (PP-RS), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Waldemir Moka (PMDB-MS); e os deputados federais Luis Carlos Heinze (PP-RS); Eduardo Sciarra (PSD-PR); Irajá Abreu (PSD-TO); Marcos Montes (PSD-MG); Homero Pereira (PSD-MT); Dilceu Sperafico (PP-PR); Luiz Carlos Setim (DEM-PR); Lira Maia (DEM-PA), Jerônimo Goergen (PP-RS), Moreira Mendes (PSD-RO), Junje Abi (PSD-SP), Celso Maldaner (PMDB-SC), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Paulo Piau (PMDB-MG).

Presentes também os presidentes da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), Antônio Alvarenga, e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas.

Os conceitos éticos, sanidade, qualidade e princípios sócios ambientais devem nortear a produção de alimentos, diz o presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, que nesta terça-feira (13), em Brasília, foi empossado como diretor vice-presidente da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária). Segundo ele, a busca por indicadores de sustentabilidade nas cadeias produtivas passou a ser uma exigência em razão da crescente exigência dos consumidores por informações que antes não eram consideradas na escolha de um produto.

“Hoje a sustentabilidade é atributo essencial de qualidade e segurança alimentar”, nota, lembrando que a agropecuária brasileira tem o perfil da sustentabilidade e da preservação, uma vez que a produção de alimentos ocupa menos de um terço do território brasileiro.

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