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Economia

Em salões, profissionais preferem ser autônomos e comemoram nova lei

Renata Volpe Haddad | 28/10/2016 12:55
Profissionais da beleza de Campo Grande preferem receber por comissão. (Foto: Marcos Ermínio)
Profissionais da beleza de Campo Grande preferem receber por comissão. (Foto: Marcos Ermínio)

A "Lei do Salão Parceiro" agradou autônomos que trabalham em salões de beleza e recebem por comissão, sem registro em carteira de trabalho. O projeto de lei que foi sancionado ontem (27) pelo presidente Michel Temer (PMDB), desobriga a contratação de profissionais de beleza no regime CLT.

Na Capital, a maioria dos trabalhadores da categoria preferem trabalhar por comissão, pois fazem o próprio horário de trabalho e recebem a mais do que se contratado na carteira de trabalho. Pela lei, os salões de beleza poderão firmar contratos de parceria com profissionais cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures, depiladores e maquiadores, que atuarão como autônomos, sem vínculo empregatício.

Exemplo disso é a cabeleireira, Rúbia Mancuello de Souza, 28. Ela trabalha há quatro anos no salão Bela Mulher, localizado na galeria Dona Neta. "Eu comecei como auxiliar e com registro na carteira. Me especializei e vi que eu ganharia mais se fosse comissionada, então pedi para tirarem meu registro. Achei bem melhor porque ganho o dobro do que recebia antes", alega.

O gerente do salão, Alessandro Rogério Natel de Camargo, comenta que todos os profissionais que passam pelo salão, preferem trabalhar por comissão. "Os autônomos são donos de si, fazem o horário deles, atendem quantas pessoas quiserem e recebem por comissão. Muitos também não preferem registro em carteira, pois há uma rotatividade grande nessa área".

A cabeleireira Rúbia começou trabalhando no salão com carteira assinada, mas preferiu ganhar por comissão. (Foto: Marcos Ermínio)
A cabeleireira Rúbia começou trabalhando no salão com carteira assinada, mas preferiu ganhar por comissão. (Foto: Marcos Ermínio)

De acordo com o gerente do Ateliê dos Cabelos, José Carlos dos Santos, os profissionais liberais consideram muito melhor trabalhar sem registro. "Eles alegam que recebem mais, preferem ganhar a mais o dinheiro no fim do mês, sem desconto de imposto", comenta.

Mara Luiza Ribeiro do Nascimento, é cabeleireira há 15 anos e sempre teve o próprio salão. Ela afirma que já registrou funcionário em carteira, mas disse que não deu muito certo. "Há uma rotatividade grande na área e os profissionais preferem ganhar por produtividade".

Quem se arrepende de não ter contribuído com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), é a manicure Aparecida Maria da Silva, 61. Ela trabalha há 37 anos no Salão Azul, localizado no centro de Campo Grande. "Fui registrada por sete anos apenas na carteira, mas me arrependi de não ter continuado a pagar o INSS, pois hoje, já estaria aposentada".

Aparecida conta que a profissão é desvalorizada e que acha que o governo deveria ajudar. "Eu sou a favor de que tenha uma lei que regulamenta a profissão, pois, quando mais você precisar, se ficar doente ou algo do tipo, o profissional vai estar assegurado. Sem registro, podem me dispensar a qualquer momento".

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