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Economia

Indústria calçadista deve manter ritmo e crescer 8% graças aos incentivos

Lidiane Kober | 10/12/2013 16:37
Indústria calçadista pode crescer até 8% em MS (Foto: Divulgação/Fiems)
Indústria calçadista pode crescer até 8% em MS (Foto: Divulgação/Fiems)

Na contramão da realidade nacional, incentivos fiscais garantiram alta da indústria calçadista e o setor deverá repetir o bom desempenho deste ano e crescer até 8% em 2014 no Mato Grosso do Sul. O benefício atraiu sete empresas de grande porte à região do Bolsão e assegurou competitividade para elas sustentarem o crescimento do setor no Estado. Por outro lado, na Capital, alguns empresários se queixam de estagnação.

De acordo com o presidente do Sindical/MS (Sindicato das Indústrias de Calçados de Mato Grosso do Sul), João Batista de Camargo Filho, os incentivos fiscais variam de 67% a 90%. “Depende do tamanho do investimento”, explicou. Segundo ele, em estados, como São Paulo, o benefício é zero. “Isso atraiu empresas de grande porte à região do Bolsão e elas têm exportado bastante”, acrescentou.

Somado ao benefício, a maioria das indústrias instaladas na região trabalha com material sintético e não gasta com curtume para industrializar o couro. “Isso acaba barateando o produto e garante competitividade e consequentemente mais vendas”, explicou Camargo.

Para ele, esses dois fatores garantiram o crescimento do setor, ao contrário do que vem ocorrendo em estados tradicionalmente conhecidos pela produção calçadista. É o caso do Rio Grande do Sul, onde cerca de 1,5 mil pessoas perderam o emprego na indústria de calçados, no primeiro semestre de 2013, por conta da queda nas vendas.

Na Capital – Em Campo Grande, a estagnação também vem preocupando alguns empresários, como Edson Freitas. Ele se queixa da falta de incentivos às indústrias menores e da resistência dos donos de lojas em comprar os calçados produzidos no Mato Grosso do Sul.

“A empresa não cresceu e só não fecho as portas porque o investimento foi grande”, disse. Para ele, a alta registrada no setor é resultado do “momento de desenvolvimento”, justamente por conta da instalação de novas indústrias na região do Bolsão.

Segundo o presidente do Sindical, na Capital a realidade é um pouco diferente da região do Bolsão, principalmente, por conta dos gastos com curtume. “O Estado ainda não tem empresas do setor e precisamos mandar para São Paulo e isso encarece de 15% a 20% o produto final”, explicou.

Ele, porém, é otimista. “Temos matéria-prima e com o tempo empresas de curtume virão a Mato Grosso do Sul”, apostou. Enquanto isso, ele incentiva a participação em feiras para divulgar o produto. “Temos que colocar o calçado daqui na vitrine nacional”, defendeu. “O governo poderia nos ajudar, contribuindo com parte dos custos, pois é muito caro entrar nas feiras”, apelou.

Números – Atualmente, 30 empresas com 2,4 mil trabalhadores atuam em Mato Grosso do Sul. Neste ano, a previsão é encerrar com receita líquida de vendas de R$ 92,9 milhões em Mato Grosso do Sul. Para 2014, a expectativa é crescer até 8% e alcançar rendimento de R$ 100,3 milhões.

“A expectativa é alcançar os resultados obtidos no ano de 2013 com a perspectiva de obter melhores ganhos com a chegada da Copa do Mundo, além do ano eleitoral”, afirmou Camargo. “Para o próximo ano, o desafio é continuar com a oferta de cursos para diminuir o déficit de mão de obra qualificada no intuito de atender as empresas instaladas do Estado”, finalizou.

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