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Economia

Semana do Peixe começa hoje, com previsão de consumo 30% maior

Luciana Brazil | 01/09/2014 12:01
Peixes devem ser encontrados em promoção em supermercados e feiras. (Foto: Marcelo Calazans)
Peixes devem ser encontrados em promoção em supermercados e feiras. (Foto: Marcelo Calazans)

Para fomentar o consumo de peixe neste segundo semestre do ano, o Ministério da Pesca e Aquicultura realiza em todo país a 11ª edição da Semana do Peixe, que começa hoje (1) e vai até dia 14 de setembro. Neste período, o consumo do pescado cresce até 30%, motivado por promoções e descontos de supermercados, feiras, mercados públicos, bares e restaurantes, além de colônias e sindicatos de pescadores, que atuam em parceria com a pasta.

Tendo a Semana Santa, importante evento religioso, como estímulo ao consumo de peixes no primeiro semestre do ano, o governo viu a necessidade de estender a procura pelo pescado também nos meses seguintes. Ainda com pouco consumo de peixes no Estado, a iniciativa tenta também expandir a venda do produto.

Em Mato Grosso do Sul, são 3,3 quilos de peixe, em média, consumidos por pessoa em um ano, de acordo com dados de 2011, como explicou o superintendente federal da Pesca no Estado, Luiz David Figueiró. No entanto, o ideal seriam 12 quilos per capita, como recomenda OMS (Organização Mundial de Saúde).“ Mas acreditamos que esse número possa ter aumentado em dois ou três quilos de peixe por pessoa, mas ainda estamos longe do ideal em Mato Grosso do Sul”, afirmou Figueiró.

O preço pode ser considerado um dos grandes limitadores deste consumo. Com custo de produção ainda alto, o peixe chega aos consumidores com valores altos. “Os insumos, impostos, transporte, tudo isso encarece o peixe”.

Apesar do custo, a produção nos últimos dois anos subiu de 14 mil toneladas em Mato Grosso do Sul para 20 mil, um aumento de mais de 40%. O Plano Safra da Pesca e Aquicultura, do Governo Federal, que destina políticas econômicas à pesca, foi o grande responsável pelo aumento da produção no Estado, segundo Figueiró.

“O Ministério tem trabalhado para divulgar o Plano Safra o que ajuda a contribuir com o acesso ao plano e, consequentemente, com a elevação da produção. Mas existem ainda muitos pescadores na informalidade, por isso os números de produção devem ser maiores”, disse o superintendente.

Hoje, são, aproximadamente, 8 mil pescadores registrados, que possuem o RGP (Registro Geral da Pesca) e deixaram a informalidade. Já o numero de registro de aquicultores, que são os produtores de peixes, chega a 150 no Estado. “Antes eram apenas 40 aquicultores registrados. Isso cresceu também devido a divulgação do Plano Safra”.

Em Mato Grosso do Sul, são 17 colônias de pescadores, de acordo com o Ministério Estadual da Pesca. A presidente da Colônia Z10 de Fátima do Sul, Maria Antônia Poliano, lembra que já são mais de 550 pescadores no grupo, oriundos de 22 municípios da grande Dourados. Entre as principais necessidades destes profissionais, ainda estão a aquisição do barco, do motor e da carreta, usada para o transporte do pescado. De acordo com Maria Antônia, o Plano Safra tem concedido benefícios para que o pescador adquira o material de trabalho. Mas ela lembra que só participa do programa do Governo Federal quem é registrado. “É tao fácil ser registrado, só não faz quem não quer”, disse ela.

O setor vive agora o melhor período para a pesca, quando o tempo começa a esquentar no Estado. "Agosto, setembro e outubro são os melhores meses para pescar, quando esquenta. Depois disso, em novembro, dezembro, até fevereiro, a pesca é proibida, e logo depois vem o inferno, com águas mais frias”.

Frigoríficos- Ainda segundo Maria Antônia, 60% do pescado é desperdiçado, o que só contribui para o valor elevado do produto. “Não temos como conservar o pescado, por isso boa parte é jogada fora”, disse. Com a inauguração de dois frigoríficos no Estado, em Dourados e Dois Irmãos do Buriti, um deles com inauguração prevista para 2015, parte dos peixes poderá ser conservada e, consequentemente, vendida posteriormente.

Outro frigorífico, de pequeno porte, será construído no Bairro Amambaí, em Campo Grande, e é visto como um pontapé importante do desenvolvimento da psicultura para mais de 200 produtores da Capital.

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