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Arquitetura

Arquiteta sonha em voltar à fazenda que abriga santa que resistiu ao fogo

Renata foi quem projetou a capela construída no meio do mato em homenagem a Nossa Senhora Aparecida

Thailla Torres | 10/06/2017 07:15
Construída há 10 anos, lugar é ponto de fé para amigos e familiares em uma fazenda do interior.
Construída há 10 anos, lugar é ponto de fé para amigos e familiares em uma fazenda do interior.

As fotografias já tem 10 anos desde a construção da capela que continua fascinante pela simplicidade e o significado entre os amigos. Construída no meio do nada, em uma fazenda de Jaraguari, ela foi projetada pela campo-grandense Renata Kintschner, que hoje vive em São Paulo.

O que era para ser um puxadinho, graças a um pedido dos donos, virou um ponto especial em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, santa que sempre esteve presente na vida dos donos e das pessoas que participam de romarias por ali.

Desenho original do projeto.
Desenho original do projeto.

A arquiteta lembra que a iniciativa foi voluntária, a convite de professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). "Eles conheciam os donos e me convidaram pedindo se eu podia fazer um projeto de uma capela para uns amigos especiais. Na hora eu não pensei muito e topei, porque seria um lugar muito abençoado", recorda Renata.

A construção durou cerca de um ano. Os primeiros rabiscos foram eternizados em fotos. Cada pedaço do mosaico levou horas para ser colocado sob muita inspiração e paciência. Renata esboçou na parede com um pedaço de carvão, o desenho que seria finalizado com mosaico e que traçou o manto que cobre nossa senhora.

"Todo ano eles fazem a romaria, gostam de rezar a missa e a obra foi obra de coração. O tamanho foi pensado para que ninguém ficasse de fora da capela, por isso ela é bem aberta. Íamos todo fim de semana ajudar na construção, além de filhos, noras e amigos. O processo para deixá-la pronta sempre foi uma festa. Por isso sinto tanta vontade de voltar".

Depois de cursar o mestrado em São Paulo, nunca mais sobrou tempo para Renata retornar à capela. "Dá muita vontade de voltar lá. Tive dois filhos e meu sonho era batizá-los naquela capela. Sempre vou correndo à Campo Grande e nunca sobre tempo. Só queria ver como está hoje", diz. 

Quem mantém tudo do mesmo jeitinho é a dona da fazenda, Roberta Cristina Pereira Gattis da Rocha, que guarda histórias curiosas sobre a capela e a compra da fazenda.

Detalhe do mosaico desenhado por Renata.
Detalhe do mosaico desenhado por Renata.
Capela antes de receber o mosaico.
Capela antes de receber o mosaico.

"Aquele lugar tem um significado muito grande em nossa vida. Aquilo ali significa nossa sobrevivência e a nossa fé que nunca acaba", diz Roberta.

Ela conta que antes da construção da capela, ela teve certeza que lugar sempre foi abençoado pela padroeira. "Uma vez encontramos uma imagem bem pequena em cima do morro. Só tinha ela naquele lugar. Ela ficava numa capelinha pequena e um dia meu marido acendeu velas para ela e tudo pegou fogo, menos a santa".

A imagem fica na sede da fazenda para garantir a proteção. Roberta comprou outra imagem que seria abrigada na capela construída pelos amigos. Em agradecimento a vida de todos e pela família, todo ano ela comemora o dia de Nossa Senhora Aparecida com missa e uma festa em volta da Capela. "Não é um evento aberto ao público, mas é especial para família. Se um dia a Renata pudesse voltar, veria o quão especial ela conseguiu tornar aquele lugar com um projeto tão simples", conta, Roberta.

Já Renata, além da saudade, recorda que o projeto na época foi doado por ela durante uma viagem à praia, onde acredita que há uma capela semelhante em outro lugar do País. "Fui com a família para o litoral de São Paulo e conversando com o dono da pousada, ele falou do interesse em uma capela. Lembro que quando cheguei em casa, mandei o projeto pra ele e nunca mais tive contato. Acredito que seja capaz de ter outra capela como essa construída por aí".

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