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Conversa de Arquiteto

Cidade limpa: o que sobrou de arquitetura para a gente ver?

Angelo Arruda | 16/03/2016 06:56
Detalhe do Edifício José Abrão na Rua 14 de julho
Detalhe do Edifício José Abrão na Rua 14 de julho

Limparam as fachadas, retiraram os painéis, nova pintura, muita expectativa de ressurgir a arquitetura histórica por detrás dos elementos poluidores dos prédios da área central de Campo Grande. O que vemos depois de tanta ação? Pouca coisa de manteve, depois de anos e anos de muita fiscalização e discussão do Cidade Limpa, adotado pela municipalidade anos atrás.

Desde que comecei a escrever sobre esse assunto, lá nos anos 1985, sempre tive o apoio de muitos, da imprensa, de setores da sociedade que clamavam por uma cidade despoluída de imensos painéis que disputavam, cada um maior que o outro, a atenção dos clientes. Pois bem, recentemente percorri a área central da cidade e registrei alguns poucos edifícios ainda com condições se serem declarados “patrimônio arquitetônico de Campo Grande”. E é sobre eles que converso com vocês hoje.

Segundo levantamento que realizei em 1999 e em 2014, temos no centro da cidade – especificamente na Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC) – umas duas centenas de edifícios de grande valor para a história de nossa arquitetura local, seja pela sua condição de uso, trajetória ou ainda os elementos de fachada que os caracteriza como importantes.

Desse conjunto, grande parte encontra-se na Esplanada da Noroeste do Brasil e arredores e assim, vamos identificando diversos prédios de enorme valor cultural e patrimonial nessa porção da área central.

Rua 13 de Maio. Antiga sede da ACRIMAT.
Rua 13 de Maio. Antiga sede da ACRIMAT.

Muitos edifícios, quando retirados os painéis, ao ressurgirem no novo espaço visual, nada mais tinham de significativo e característico, seja de estilo ou de elementos decorativos de sua fachada. Com o tempo, foram sendo extraídos e assim, as fachadas da maioria dos prédios centrais não possui valor arquitetônico mais. São meras edificações sem nenhuma característica arquitetônica importante. Uma pena.

Entretanto, ainda podemos encontrar importantes marcas e registros dos anos 1920, 1940 e 1940, especialmente, totalmente recuperados e com muita história para contar para a cidade e seus habitantes.

Hoje apresento vários desses prédios, todos localizados na ZEIC, que resumidamente, engloba o centro da cidade com alguma expansão para o norte. São prédios que ficaram no tempo, depois de tantas obras de reforma e de fachadas com placas e letreiros. Não posso deixar de lembrar de vários que foram demolidos e se perderam no tempo. Não voltam mais e deixaram apenas fotos de registros.

Mas precisamos salvar e manter viva a ideia de cidade, que tem uma tendência de se perder no dia a dia do consumismo da construção civil, dos novos empreendimentos, das novas ordens econômicas da cidade. Queremos a cidade viva, para nos fazer lembrar dos tempos, das camadas da história e das diversidades existentes. Isso é muito importante para todos nós. Vamos ver as fotos.

Loja comercial esquina da Rua 14 com Cândido Mariano, da Família Adri.
Loja comercial esquina da Rua 14 com Cândido Mariano, da Família Adri.
Imóvel na Avenida Calógeras.
Imóvel na Avenida Calógeras.
Rua Barão do Rio Branco, lojas comerciais.
Rua Barão do Rio Branco, lojas comerciais.
Edifício da Casa Nasser na Rua 14 de Julho.
Edifício da Casa Nasser na Rua 14 de Julho.
Detalhe do Edifício do Centro Espírita na Rua Maracaju.
Detalhe do Edifício do Centro Espírita na Rua Maracaju.
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