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Arquitetura

Hora de fazer as pazes com a samambaia, um trauma da infância dos anos 80

Ângela Kempfer | 25/11/2015 06:56
Na Mostra Morar Mais por Menos, elas estão no teto, no chão e na parede.
Na Mostra Morar Mais por Menos, elas estão no teto, no chão e na parede.

Lá pelos anos 80, quando aparecia uma samambaia quebrada lá em casa, a surra era certa. Minha mãe não perdoava. Fiscalizava dia sim dia não. Era tamanho o cuidado com as plantas, que desenvolvi uma raiva da bichinha. Adorava quebrar as pontinhas e também "descamar as folhas". A vingança foi ver a espécie virar coisa cafona, mas mesmo assim, elas resistiram bravamente na família, até hoje.

O tempo passou, elas voltaram a ser queridinhas dos paisagistas e são tantos os projetos bacanas usando a tal da samambaia que estou até repensando minha relação com a dita cuja.

Em mostras de decoração e blogs especializados não falta imagem de samambaia. O efeito é de uma pequena floresta em casa, pelo potencial  de preenchimento dos espaços. São os hits dos jardins verticais, pela facilidade de manutenção também.

A palavra que mais vem a lembrança quando penso nas samambaias da minha mãe é "xaxim". Para criança, era o mesmo que vaso de samambaia. Ao crescer, descobri que é um arbusto foi tão tirado de maneira desordenada da natureza que hoje está ameaçado de extinção. Por isso, a primeira lição nessa nova fase com a samambaia é substituir o xaxim por vasos de fibra de coco, por exemplo.

Existe uma grande variedade da planta. Tem a renda portuguesa, cabelo de anjo, a americana, a samambaia de metro... Geralmente as mais usadas pelos paisagistas em Campo Grande são as com folhas médias, que tem de 40 a 50 centímetros de comprimento. Atualmente, os hits da decoração, especificamente em jardins verticais, são as da espécie Paulistinha, por conta da capacidade de maior preenchimento nos projetos.

Por ser uma planta de floresta tropical, ela precisa de muita umidade. Então, não pode faltar água. Deve ser mantida também em locais com pouca incidência de luz solar, já que não suportam os raios diretamente. Em um ambiente adequado, ela pode ser regada apenas uma vez por dia.

Ivan Moraes, gerente da loja Imperial Mudas, lembra que o retorno das samambaias aos projetos de paisagismo deve-se, justamente, a popularização de jardins verticais. “Tudo que se utiliza em projetos de paisagismo, um dia esteve na natureza. Por isso é importante proporcionar um ambiente o mais semelhante do original, sombreado e fresco”, lembra.

Ele diz que já existem algumas modificações em plantas utilizadas no paisagismo, para aumentar a durabilidade e resistência em ambientes diferentes dos naturais, mas mesmo assim, o aumento da temperatura no clima e da incidência de raios solares continuam pondo em risco a vida de qualquer outro tipo de planta.

Em Campo Grande, Ivan não tem conhecimento de nenhum produtor atacadista de samambaias. "Todo o estoque é trazido de Holambra e da região sul", explica.

Os valores da planta, já formada, variam de R$ 18,00 até R$ 100,00 e estão à venda até em redes de supermercados.

Em ambiente da Mostra Morar Mais por Menos, samambaia ornamentam antigo chafariz.
Em ambiente da Mostra Morar Mais por Menos, samambaia ornamentam antigo chafariz.
ou mesclada com outra vegetação.
ou mesclada com outra vegetação.
Em um cantinho da sala...
Em um cantinho da sala...
ou do quarto, elas são bem vindas.
ou do quarto, elas são bem vindas.
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