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Arquitetura

Para aproveitar terreno, casas estão muito mais grudadas e a vida mais exposta

Aline Araújo | 08/06/2015 06:24
Casas geminadas são coladas umas nas outras.
Casas geminadas são coladas umas nas outras.

O amigo da minha irmã contou uma vez que era difícil dormir na casa dele, já que dividia a parede do quarto com a dos vizinho, que escutavam a TV no último volume. Era assim todas as noites. Hoje, com projetos de casas minúsculas, umas grudadas nas outras, ficou muito mais fácil encontrar alguma história assim. O investidor compra um terreno 12X30 e divide até em 3, porque a ordem é quando mais casas couber, melhor.

Maria Dantas, de 57 anos, mora em um dos locais mais procurados por quem quer construir hoje em dia em Campo Grande, no bairro Rita Vieira. Como muitas outras ruas por lá, a dela é completamente ocupada por casas geminadas. Aquelas casinhas iguais, grudadas parede com parede, que acabam sendo uma opção barata para muitas famílias que querem escapar do aluguel.

Maria Dantas afirma que não tem problema com o barulho.
Maria Dantas afirma que não tem problema com o barulho.

O Lado B quis saber como é morar tão próximo do vizinho, se tem barulho que incomoda e, quando isso acontece, quais soluções ajudam a resolver o problema.

Morando ali há um ano, Maria nunca teve problemas, mas lembra que quando morou em outro bairro, as brigas do casal que morava ao lado pareciam estar dentro de casa.

“Tem vizinho que é barraqueiro né! Aqui não, todo mundo é tranquilo e o pessoal trabalha o dia inteiro, fica um silêncio. Acho que quando se mora em casas assim, a vizinhança conta muito!”, comenta.

Ela fala que, no caso da casa dela, o modo que foi projetada ajuda muito. A lavandeira fica para o corredor externo da casa ao lado. “Sei que o barulho dos meus cachorros pode incomodar, assim como as vezes a gente escuta as crianças jogando bola, mas é natural quando se mora perto e não é algo de seja motivo de problemas”, afirma.

Antônia Cavallera, de 70 anos, também mora em uma casa geminada, coladinha com a do vizinho, mas ela não troca a moradia atual por nenhuma outra e explica que quanto ao barulho é indispensável ter respeito. “Se vai furar uma parede ou fazer uma festa, não vai ser pra sempre, é por um momento e vai passar depois”, justifica.

Manta de lã de vidro é uma alternativa, aponta arquiteta.
Manta de lã de vidro é uma alternativa, aponta arquiteta.

É claro que ninguém falar mal do vizinho no jornal, mas para quem tem problemas com tamanha proximidade, existe solução para quem busca o isolamento acústico, a um preço acessível e com uma estética bacana. Sem precisas apelar para a caixa de ovo, como nos filmes.

A arquiteta Letícia Rocha tem sugestões para quem cansou do barulho do vizinho em casa.

Ela explica que é muito difícil as pessoas optarem pelo isolamento, só em casos extremos, mas que para quem está disposto em investir um pouco, algumas soluções são bem práticas. A mais aconselhável é usar uma lã de vidro ou de rocha. Uma manta feita de fibras que funciona muito bem como isolante térmico e acústico.

O processo é simples, a manta fica entre a parede e um acabamento é feito com gesso, para que a parede volte para o aspecto normal. Assim, nem dá para perceber que ali existe um sistema capaz de isolar os ruídos e barulhos feitos naquele comodo.

“Não é tão caro e vai dar uma resultado bom além de manter o mesmo aspecto de parede. A pessoa pode pintar, fazer o que quiser, é imperceptível”, explica a arquiteta.

A manta de lã de vidro custa em média R$ 13,00 o metro quadrado. Já a de rocha sai por R$ 23,15. Segundo a arquiteta não existe muita diferença entre os dois e eles cumprem bem a finalidade.

A outra sugestão é simples e mais barata, mas ocupa um espaço que pode ser precioso para quem mora nesse tipo de edificação e também tem de ser executada durante a obra: fazer paredes duplas, ou coladas uma a outra ou com um “colchão de ar”, cerca de 15 centímetros de afastamento, entre as duas paredes. Assim, lá se vão mais alguns metros em um casa que já é bem pequenina.

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