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Artes

Com 400 vinis de MS, Plínio tem o sonho de ver acervo transformado em museu

Naiane Mesquita | 12/03/2016 07:23
Plínio tem uma coleção de 400 discos de vinil de MS (Foto: Fernando Antunes)
Plínio tem uma coleção de 400 discos de vinil de MS (Foto: Fernando Antunes)

Plínio Carlos da Silva, 61 anos, sempre vendeu discos de vinil. Nem mesmo nos anos difíceis quando o CD mudou os rumos da indústria para sempre, ele desistiu. Nesse caminho, foi colecionando obras de artistas nacionais como Roberto Carlos e de grandes nomes da música regional, como Délio e Delinha. “Quando me entendi por gente, o sucesso da época era Délio e Delinha”, relembra.

Agora com 400 discos de vinil de músicos sul-mato-grossenses, o colecionador espera patrocínio para transformar esse acervo único em um museu. “Tenho de todos os artistas, Dino Rocha, Maciel Correa, Amambai e Amambaí, Acir e Florito, uma dupla respeitadíssima da época do Mato Grosso uno, Araguai e Araguainha, Tetê e Geraldo Espíndola, Amir Sater, Paulo Simões, Jandira e Benites, entre outros”, cita.

Segundo Plínio, depois que o vinil entrou em desuso ficou mais difícil encontrar e comprar os discos da época. “Tem vinil que você não acha mais, eles pagavam para fazer só 50, 60 cópias. Isso há 45 anos, muitos não fizeram sucesso e foram para o lixo, ninguém conheceu, não guardaram”, ressalta.

Os discos são guardados em casa, mas ele pede ajuda para transformar em acervo ou museu (Foto: Fernando Antunes)
Os discos são guardados em casa, mas ele pede ajuda para transformar em acervo ou museu (Foto: Fernando Antunes)

A ideia de colecionar os discos regionais surgiu pelo amor de Plínio pelas produções. “Era impossível colecionar tudo que é tipo de disco, são milhares, fabricados em vários lugares, de rock, pop, romantismo. Pensei então como eu sou nascido e criado aqui, vou colecionar o que é nosso, o que é do Mato Grosso, porque é da época que o Estado nem era dividido. Tem dupla de Três Lagoas, Costa Rica”, exemplifica.

Mesmo assim, ele ainda guarda algumas relíquias, como Roberto Carlos. “Tenho todos os discos dele”, aponta. Mesmo da época difícil.

“De 1995 para até 2010 os brasileiros perderam o interesse pelo vinil. Ficou muito parado, até 2005, totalmente parado. Mas, os americanos e europeus começaram a levantar o mercado de novo e em 2010 os brasileiros aderiram ao movimento. Muito colecionador começou a aparecer, igual gente que coleciona moeda, cédula, dinheiro. Ontem vendi um vinil dos Novos Baianos por R$ 120,00”, aponta.

Os discos de Mato Grosso do Sul ele não vende. A ideia é que alguém compre a coleção inteira ou transforme o acervo em museu.

“É muito importante para a história da música daqui. Eu guardo em caixas de plástico, comprei um plástico para cada disco, cuido para não entrar nenhuma traça. Só vendo para quem quiser tudo ou faço parceria para um museu, acho que todo mundo tem o direito de ter acesso a esses discos”, frisa.

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