ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Artes

Com 52 anos de carreira, Benites era um dos maiores nomes da música da fronteira

Alan Diógenes | 16/05/2015 21:00
Ciríaco Benites morreu aos 72 anos após sofrer um AVC. (Foto: Revista Poranduba)
Ciríaco Benites morreu aos 72 anos após sofrer um AVC. (Foto: Revista Poranduba)
Capa de um dos discos gravados pela dupla. (Foto: Divulgação)
Capa de um dos discos gravados pela dupla. (Foto: Divulgação)

O músico Ciríaco Benites vai deixar um legado cultural para o Estado, ao som do chamamé, guarânia, polca e rasqueado, os estilos musicais de Mato Grosso do Sul. O cantor e compositor de 72 anos estava internado desde o último domingo (10) em uma clínica particular da Capital, aonde morreu na tarde de hoje (16).

Nascido em Itaquiraí, a 410 quilômetros de Campo Grande, mas criado em Ponta Porã, Benites já tinha 52 anos de carreira e era um dos principais representantes da música de fronteira do Estado. É dono de uma daquelas belas histórias, de uma vida inteira de música. Sempre contava que ainda criança improvisava um violão com cordas descartadas do violino do tio e um pedaço de tábua. Aos 14 era saxofonista, mas

Filho de mãe paraguaia, manteve o sotaque e o apego a cultura da fronteira.

Com Jandira, que morreu em 1994, em decorrência do câncer, ele fez dupla por 31 anos. Conheceu a esposa em 1963, quando foi tocar numa casa noturna chamada Caravelle, que pertencia à Jandira. Os dois se casaram e resolveram tocar juntos, primeiro se apresentando quando havia o intervalo dos artistas contratados.

Era época da música ao vivo nos restaurantes e em Campo Grande ficaram conhecidos cantando na churrascaria Braseiro. Mais tarde, inauguraram o restaurante La Carreta, na Rua Calógeras com a Barão do Rio Branco, que abriu portas para artistas latinos americanos e sul-mato-grossenses.

Jandira e Benites foram os primeiros a chamar atenção para o chamamé. que não era tão conhecido.

O articulista e consultor em turismo João Carlos Silva, 53 anos, conheceu a dupla quando ainda era criança. Ele conta um pouco da história.

“Eles foram ícones da música latina no Estado, porque naquele época não existia divulgação deste estilo musical. Nos restaurantes, eles inovaram cantando nas mesas paras os clientes. Com certeza é uma perda altíssima para a música regional, por isso este é o assunto mais comentado nas redes sociais hoje”, menciona.

Após a morte de Jandira, Benites prosseguiu com a vida artística e nos finais de semana se apresentava no Arguille Bar. Ele foi um dos fundadores e diretor cultural do Instituto Chamamé MS, por se preocupar com a divulgação do ritmo aqui no Estado. Também chegou a ser homenageado no FAS (Festival América do Sul) em 2011.

Discos – O primeiro disco da dupla foi “O Inimitável” com quatro músicas, dentre as quais Serenata de Amor para Você e Mensaje de Amor.

Depois veio o LP Céu na Noite Luna, com música El Mensu. Em 1973 a dupla gravou o LP La Carreta e em 1974, o último disco: Estampas Mato-grossenses - Boas festas. 

Velório e enterro - O velório de Benites acontecerá a partir das 21h no Cemitério Jardim das Palmeiras, ao lado da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). O Sepultamento está previsto para acontecer às 13h de domingo (17).

Nos siga no Google Notícias