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Artes

Contra omissão da Justiça, grupo de teatro grita manchetes da vida real

Naiane Mesquita | 04/02/2016 06:12
Intervenção artística realizada na noite de ontem em Campo Grande (Foto: Alan Nantes)
Intervenção artística realizada na noite de ontem em Campo Grande (Foto: Alan Nantes)

Os pesos na balança, os olhos que deveriam ser vendados sempre, a imparcialidade para decidir a vida de outra pessoa e os abusos de uma justiça omissa inspiraram a performance de rua que o Teatro Imaginário Maracangalha realizou na noite de ontem em Campo Grande.

Para compor o ato, o grupo ainda reviveu títulos de reportagens de Mato Grosso do Sul que mostram a violência contra indígenas, travestis, crianças, além do abuso das forças policiais.

Atores se vestiram como o símbolo do judiciário: uma balança e os olhos vendados (Foto: Alan Nantes)
Atores se vestiram como o símbolo do judiciário: uma balança e os olhos vendados (Foto: Alan Nantes)

A ação foi promovida no evento Estação Urbana, como uma consequência de uma oficina que o grupo realizou durante duas semanas sobre o teatro de rua. O diretor Fernando Cruz explica que a intervenção fala sobre a falência da justiça no país.

“A performance fala sobre o a falta de imparcialidade da justiça, o número de alto de processos travados, a violência contra os povos indígenas e a violência em si”, defende.

Com roupas que representavam a justiça, com túnicas feitas de sacos de lixo e diferentes tipos de balança, o grupo impressionou ao percorrer o espaço da antiga orla da esplanada e em seguida, gritar ao povo as manchetes.Uma das reportagem relembradas foi a do “Cinco dias depois de achado o corpo, quem vai chorar no velório da travesti?”, do Lado B. Quando questionado, um morador respondeu: “apenas a mãe”.

Um dos participantes da oficina, Arthur Galvão Serra, 27 anos, é psicólogo, doutorando em estudos de cultura contemporânea da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e acredita que a performance vai muito além da representação.

“É uma questão de formação multicultural. Durante a oficina nós percorremos vários espaços públicos, praças, por exemplo, aprendemos sobre o teatro na rua mesmo. Nessa performance, o interessante é essa crítica ao sistema judiciários e suas falências”, diz.

Após a intervenção, o grupo ainda se preparou para um cortejo de Carnaval, uma prévia do grito de festa que começa hoje, com o bloco Evoé Baco.

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