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Artes

Dez anos após polêmica, artista espalha Nossa Senhora com Coca-Cola pela cidade

Naiane Mesquita | 26/04/2016 06:15
No viaduto próximo a Câmara Municipal, Evandro Prado deixou uma lembrança de seu trabalho mais importante (Foto: Fernando Antunes)
No viaduto próximo a Câmara Municipal, Evandro Prado deixou uma lembrança de seu trabalho mais importante (Foto: Fernando Antunes)

Há dez anos, o artista plástico Evandro Prado, 30 anos, abalava as estruturas rígidas do catolicismo em Campo Grande com a mostra Habemus Cocam. Ao misturar imagens de santos e símbolos do consumismo, o campo-grandense chegou a ser processado pela Arquidiocese e perseguido por políticos mais conservadores.

Evandro aplicando a imagem (Foto: Arquivo Pessoal)
Evandro aplicando a imagem (Foto: Arquivo Pessoal)

“Foi um processo criminal, cheguei a ser intimido quatro meses depois que a exposição tinha acabado. Fui na audiência e o processo foi arquivado. Isso ainda em 2006”, relembra.

Dois anos mais tarde, Evandro mudou-se para São Paulo e continuou com o trabalho de artista plástico. Volta e meia retorna a temática que o tanto marcou. “Ultimamente mais ou menos. Não posso dizer que não faço, ainda tenho interesse pelo assunto”, ri.

Uma prova de que o envolvimento não desapareceu são os trinta cartazes de Nossa Senhora com corpo de Coca-cola espalhadas pela cidade neste final de semana.

“Ela foi a primeira imagem que eu criei quando eu comecei a fazer a série. A primeira vez que espalhei cartazes pela cidade foi em 2007, fiz de diferentes imagens e a dela foi arrancada muito rápido. Não durou nem cinco minutos. Dessa vez decidi fazer um monte só dele”, acredita.

Lambe lambe na Praça Aquidauana (Foto: Arquivo Pessoal)
Lambe lambe na Praça Aquidauana (Foto: Arquivo Pessoal)

Dez anos depois do principal trabalho da carreira, Evandro ainda trabalha com artes plásticas em São Paulo. Participa de coletivos, como o Aluga-se e durante muito tempo esteve envolvido com instalações também.

“Mês que vem tem uma exposição pelo grupo do Aluga-se. Estou fazendo muitas instalações e exposições coletivas. Depois que vim para São Paulo deixei de fazer pinturas, agora retornei. Devo ter novidades para ano que vem ou final desse ano. Algo histórico e não religioso”, promete.

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