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Artes

No lugar de letreiros luminosos, chamariz para o comércio agora é o grafite

Anny Malagolini | 30/03/2013 08:30
Muro pintado pelo grafiteiro Diogo Zório (Verme)
Muro pintado pelo grafiteiro Diogo Zório (Verme)

O grafite ganhou fama há décadas, mas agora anda colorindo com mais força as ruas de Campo Grande. Deixou os muros e ganha as fachadas comerciais. Bares, lojas e até estúdio de ioga se tornaram clientes de quem faz arte urbana com o grafite. Virou chamariz.

Laureen Cury, dona do brechó “Gaveta”, quis inovar. Ao invés de um letreiro luminoso ou um outdoor convencional, fez do muro da loja uma tela em argamassa e tijolos.

“O espaço tem que ter um visual diferente, por ser ligado a arte, moda, comportamento. Aqui é um espaço que nasce das ruas, para unir os talentos amigos”, explica.

Ela conta que o desenho, uma menina, foi ideia do grafiteiro. “Eu pedi para que fosse feminino, e ele fez isso”

No lugar de letreiros luminosos, chamariz para o comércio agora é o grafite

Fama – A Rede Bob’s surpreendeu ao inaugurar uma lanchonete na avenida Afonso Pena com grafite fora do prédio, dentro, por todos os lados, assinado pelo artista plástico Bieto que criou, exclusivamente para a unidade, dois painéis. A ação faz parte de um projeto que pretende levar obras de arte para dentro das lojas e contribuir para a difusão da street art.. E a onda que já emplacou em grandes cidades, fica cada vez mais alta por aqui.

Com um painel gigante, o dono de uma loja de som para veículos na avenida Calógeras conseguiu chamar atenção com um enorme painel de 12 metros por 25, de fundo verde.

No paredão, o regionalismo de Helena Meirelles divide espaço com Elvis Presley e Jim Morrison. “A Helena me inspira é a minha Monalisa”, brinca o responsável, Sullivan Oliveira.

Desde os 16 anos, o dono do trabalho desenha por aí. Agora quer espalhar rostos de gente da cultura pela cidade, de Manoel de Barros a Bob Marley. "Pode ser em residência, em comércio, sempre há artistas que as pessoas se identifiquem", diz Sulivan.

Na loja de som, as personalidades foram escolhidas pelo dono que gosta de rock e viola, também para agradar os clientes, gente que investe em aparelhagem no carro, justamente, para ouvir músicas.

Além de uma homenagem e da propaganda, ele conseguiu se livrar das pichações. Quando abriu a loja há um ano, na semana seguinte foi surpreendido com a tinta preta na parede.

"Quero divulgar o prédio e já deu certo. Tem muita gente que para e tira fotos", conta o empresário Ademar Candido de Sá.

Estúdio de tatuagem na Calógeras com grafite de Guto Naveira.
Estúdio de tatuagem na Calógeras com grafite de Guto Naveira.

Tatuagem – Guto Naveira, 32 anos, assina o grafite em um estúdio de tatuagens. Filho de Raquel Naveira, escritora reconhecida em Mato Grosso do Sul ele é do tipo plural. Faz ilustrações de livros, cria personagem, faz arte.

Guto morou em São Paulo por 12 anos e quando voltou já sabia das dificuldades que poderia encontrar aqui. "Aqui não tem marquises grandes, viadutos. Os artistas estão despreparados. Sem referencias. Tá cheio de vandalismo puro".

Para ele, o grafite é ideal para quem quer atrair pessoas, a forma mais saudável em uma cidade como Campo Grande.
“Estão percebendo que a arte no local de trabalho agrega. Muito mais que uma fachada luminoso ou um banner".

No Bob's, o grafite colore o fast food.
No Bob's, o grafite colore o fast food.
Grafite na fachada de uma boutique, também feita por Guto.
Grafite na fachada de uma boutique, também feita por Guto.
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