Primeiro lugar na Copa Forró, casal quer virar representantes do Estado na dança
O mês de outubro foi de consagração a todo trabalho que eles tiveram para levar o nome do Estado à Copa Brasil Forró 2013, disputada em São Paulo. Os bailarinos Flávia Laís Alarcon e Marcos Nathanel Pereira, de 24 anos, voltam a Campo Grande com o primeiro lugar na categoria semi-profissional conquistado a base do xote e do baião.
A disputa não tem coreografia ensaiada e é tudo na base do improviso. Todos os casais dançam ao mesmo tempo e só há como saber que o ritmo será o forró. Já a música e o estilo são surpresa no palco.
A premiação veio no último dia 12, depois que eles passaram por uma repescagem. Como este ano não houve seletiva em Campo Grande, eles arriscaram e foram na cara e na coragem para tentar o título entre grandes bailarinos de todo País.
A conquista veio e dessa vez em primeiro lugar. Em 2012, os dois haviam tirado o terceiro. Como prêmio, eles trouxeram para casa R$ 400, no entanto o valor foi dividido ao meio com a escola para qual Marcos dança, não sobrando nem para os gastos de passagem.
O investimento saiu do próprio bolso e nem assim desanima quem vive da dança. Os planos agora são de virar o casal representante do Estado. “É por amor mesmo. Falamos que quando a gente voltar, vamos fazer alguma coisa que as pessoas possam enxergar o que nós estamos fazendo”, explica Flávia. A bailarina completa dizendo que a competição é de nível alto e que eles já estão virando referência no ritmo.
Dos ensaios na sala de casa, num espaço de 2x2, o casal que tem uma parceria além dos palcos, dividia a atenção entre os passos e a pequena Maria Flor, a filha de quatro meses que acompanhava tudo do bebê conforto esperando uma pausa para mamar.
A estreia deles como parceiros no forró foi há dois anos, quando Flávia, por hobby quis aprender dança de salão. Marcos precisava aprimorar o estilo e quis se aventurar no balé e no jazz. Foi uma troca de coreografias que uniu vidas. As cortinas se abriram e como passos do destino, os dois se ensinaram.
“A gente fez uma troca porque não tinha tempo de aprender em escola. No horário das aulas era eu quem estava dando aula. Então foi, eu dou aula e você dá aula para mim. Aí eu me dei conta de que se quisesse fazer algo por hobby teria que ser longe da dança”, brinca.
Como tudo é levado na ponta pé, Flávia e Marcos logo trataram de montar a primeira coreografia, apresentada no ano passado durante o Festival Dança Campo Grande, um dos primeiros reconhecimentos de que a parceria havia dado mais do que forró. Eles venceram o festival.
O casal já se conhecia antes do forró mas não dá para negar que a afinidade rendeu mais ritmo. “A gente tem objetivos em comum, ele é meu parceiro de dança. Eu brinco que sou casada com a dança e ele também”, completa.
Talento e disposição os dois já tem, o que falta mesmo é patrocínio para que eles continuem levando Mato Grosso do Sul, Brasil afora. “Fomos chamados já para participar da Copa de Brasília, de Porto Alegre e ano que vem estamos de novo em São Paulo. Somos mais conhecidos lá fora do que aqui, já estamos virando referência”, finaliza a bailarina com orgulho.
