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Comportamento

Após anos tentando, vida mostra que há caminhos além do sonho de cursar Medicina

Paula Maciulevicius | 15/09/2016 06:15
Colação de grau de Thalita, em Direito. (Fotos: Arquivo Pessoal)
Colação de grau de Thalita, em Direito. (Fotos: Arquivo Pessoal)

A felicidade que vive Anelise, já tomou conta do rosto de Thalita. Por coincidência, as duas personagens desta história eram amigas e colegas no tempo de Ensino Médio e por anos acreditaram que a realização viria quando elas se tornassem médicas. A vida mostrou outros caminhos e trouxe esse mesmo sentimento para uma na Odontologia e a outra no Direito.

Às vésperas de apresentar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), Anelise se prepara para colar grau oficialmente no final de outubro em Odonto, pela UFMS. O curso iniciado em 2012 chega ao final dando a ela a certeza de que chegou aonde queria. 

Foram quatro anos e meio tentando vaga em Medicina em universidades públicas do País. "Era uma coisa de criança. A vida inteira eu quis só Medicina, desde que me conheço por gente. Mas o contato com outras pessoas me ajudou a ver que o mundo era muito além e que outras profissões também poderiam fazer toda a diferença na saúde e na vida de uma pessoa", conta Anelise de Oliveira Lima dos Santos, de 27 anos.

Anelise em sua primeira aplicação de anestesia, no início da clínica na faculdade.
Anelise em sua primeira aplicação de anestesia, no início da clínica na faculdade.

Para entrar o último semestre do quarto ano de cursinho, as férias lhe trouxeram a reflexão e a fizeram ver que ela já não queria mais ser médica e sim dentista. No final daquele ano, veio a aprovação na UFMS.

"Eu ouvia muito para tentar outro curso ou fazer faculdade particular. Em junho, foi uma época de reflexão, eu sempre quis casar e ter filhos, em 2007 adquiri diabetes e minha resistência caiu muito, pensei nas noites de plantão e abrir mão da família era uma coisa que eu não queria também. Sempre sonhei em casar e ter filhos", enumera.

Os motivos estão citados acima, mas a família era prioridade para ela e adiar os planos de começar a construir uma, não lhe deixava contente. "Comecei a ver que eu era muito mais apegada ao status do que a ser médica, não acho que tenham pesado os anos de cursinho, porque se eu quisesse mesmo, tentaria Medicina nem que fosse 10 anos, mas me ajudou no amadurecimento, de ver de outra forma", esclarece a futura dentista.

Na faculdade, o carinho dos pacientes e o sorriso aberto quando o tratamento chegava ao fim, foi o que fez brotar nela a garantia de que a felicidade estava em cuidar da saúde bucal das pessoas. "Hoje eu vejo como a Odonto é maravilhosa e faz diferença na vida, na saúde e na autoestima. Não era só a Medicina que eu poderia seguir para fazer o bem", pontua.

E quanto a mente se abriu para outras profissões, a felicidade chegou mesmo ela não sendo médica. "Quando comecei a clínica, fiquei apaixonada. Cada paciente que chegava chorando na cadeira e saía sorrindo, me fazia sentir que era isso que eu queria para o resto da minha vida", resume.

Canecas foram presente de uma paciente de Anelise e a maior realização dela na vida acadêmica.
Canecas foram presente de uma paciente de Anelise e a maior realização dela na vida acadêmica.
O apoio dos pais e do noivo foi fundamental para Thalita marcar Direito como opção.
O apoio dos pais e do noivo foi fundamental para Thalita marcar Direito como opção.
Jaleco de Anelise leva o símbolo e nome do curso que escolheu: Odontologia.
Jaleco de Anelise leva o símbolo e nome do curso que escolheu: Odontologia.

A diferença que Anelise fez e ainda tem a fazer pelo sorriso das pessoas, é a mesma onde Thalita Conde Moura, de 27 anos, se encontrou. Depois de anos querendo, sonhando e estudando, o quarto ano de cursinho foi o divisor de águas. "Como eu não tinha passado, comecei a ver que poderia tentar alguma outra coisa. Pedi para Deus, coloquei o Direito na primeira chamada no Enem e deu certo", lembra. 

Desde o primeiro semestre, Thalita já conseguiu estágio e ao longo dos cinco anos, passou por órgãos públicos depois de ser aprovada em concursos. "Depois que eu entrei, decidi que ia esquecer completamente e focar só no Direito e graças a Deus, deu certo", diz.

Thalita na formatura em Direito, pela UFMS.
Thalita na formatura em Direito, pela UFMS.

O apoio da família e dos amigos, tanto para Anelise, quanto para Thalita, foram fundamentais. E antes que ela terminasse a faculdade, já teve a primeira aprovação no concurso do Tribunal de Justiça do Estado.

"Me dediquei bastante e acabei, graças a Deus, me realizando. Hoje eu vejo que os planos de Deus não eram para eu fazer Medicina, era para estar no Direito", afirma.

E no mesmo dia em que colou grau, Thalita tomou posse no cargo como funcionária pública. "O meu encanto pelo Direito foi desde o começo, tem uma parte voltada ao cidadão, para ajudar as pessoas", enxerga a jovem. Se ela é feliz? A resposta vem num sorriso aberto: "Muito, muito, muito".

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