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Comportamento

Assoar o nariz em público, hábito que surpreende campo-grandense lá fora

Paulo Souza, de Munique - Alemanha | 04/02/2013 09:36
Atleta alemã assoa o nariz em público e colega se incomoda só com o barulho.
Atleta alemã assoa o nariz em público e colega se incomoda só com o barulho.

O jeito brasileiro de ser pode não gozar de boa fama no exterior, por conta, na maioria das vezes, de uma visão distorcida. Até já fomos taxados de não ser um País sério, em frase histórica atribuída ao ex-presidente francês Charles de Gaulle (1959-1969), mas tem uma coisa que contraria as regras da boa educação e do respeito ao próximo, que os franceses e alemães fazem, sem nenhuma cerimônia, e nós não faríamos de jeito nenhum: assoar o nariz em público.

No final de semana, sob chuva incessante e temperatura de 3 graus positivos, mas sensação de zero grau, os restaurantes e cafés de Munique, na Alemanha, ficaram abarrotados. E a cena com gente assoando o nariz, alguns com direito ao som que lembrava uma corneta, foi de fazer brasileiro sentir nojo.

“Nossa! Isso é muito nojento. Acho que no frio, como há uma incidência maior de gripe e resfriado, eles nem querem saber onde estão e mandam ver no guardanapo, no lenço, no que tiver na mão”, diz a campo-grandense Maria Cecilia Almeida, que está em férias pela Europa com os pais e dois irmãos.

“Os franceses fazem a mesma coisa. Difícil saber quem é pior. Lá em Paris, uma senhora fez isso do meu lado enquanto eu comia um pãozinho bem saboroso no café da manhã. Levei um susto e meu estômago revirou”, relata ela em gargalhadas.

A paulista Vânia Dalpasqualle vive há um ano em Frankfurt e também já adquiriu o hábito. “Acho feio, mas muitas vezes me pego fazendo a mesma coisa. O pior é que isso pega”, comenta.

Segundo ela, os alemães assoam o nariz até em programas ao vivo na televisão. “E o exemplo se espalha pelos quatro cantos do País”, diz, enquanto tampava os ouvidos para não ouvir um homem elegantemente vestido repetir o gesto logo que sentou à mesa do restaurante.

Vânia conta que há outro costume na Alemanha que não acontece entre os brasileiros: levar o bicho de estimação, especialmente cachorro e gato, aos restaurantes e cafés. “Hoje aqui em Munique, como está chovendo e fazendo muito frio, eles deixaram os bichinhos em casa, mas isso também é cena comum. O interessante é que os bichos não avançam, mesmo sem focinheira, e não latem”.

“Viajamos de Roma para Munique por uma companhia aérea italiana e no avião tinha um alemão com um cachorrinho no colo, sem a gaiolinha. Acho que ele deve ter dopado o bicho porque não se ouviu nenhum latido”, concorda a campo-grandense Maria Cecília.

Ela diz que ficou surpresa ao saber que na Alemanha se paga imposto anual para ter cachorro e gato, entre 25 a 110 Euros, dependendo da raça e do tamanho do animal. “Só falta o Puccinelli implantar isso lá em Mato Grosso do Sul. Ainda bem que não tenho cachorro nem gato”, brincou.

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